Levados ao colo
Hoje foi Dia de Clássico. Mas era um dia especial... Não se cansaram de fazer correr por aí que este era o dia das bruxas do Benfica. O dia de todos os fantasmas, dos papões e do lobo mau. A 14 de Dezembro de não sei quando, o Porto ganhara ao Benfica por não sei quantos. Tudo isto não sei quantas vezes…
Também a 14 de Dezembro, há 28 anos, diziam, acontecera qualquer coisa em Alvalade, não sei bem o quê… De tudo isto se fizeram os jornais e os programas de rádio e televisão durante a semana. “Assalto ao primeiro lugar” – com quatro palavrinhas apenas se enchiam as capas dos jornais. Tinha chegado a hora de colocar o implacável Porto de Lopetegui no lugar que é seu por direito divino: o primeiro!
Nada disto assustou ninguém. Desta vez ninguém teve medo… Não havia papão, nem lobo mau!
A começar, como tinha que ser, por Jorge Jesus. Muitas vezes dado a invenções, como bem sabemos. Lima tinha de jogar, porque Talisca tinha de jogar, e já se percebeu que Talisca é Talisca, transportador de jogo e desequilibrador quando o Lima lá anda, a abrir espaços por onde ele possa entrar. A partir daí já se sabe: Gaitan, Enzo e Salvio são de confiança… Só faltava que o Samaris confirmasse a sua evolução na adaptação às exigências que Jorge Jesus lhe colocou. Confirmou, e pronto… Lá foi o Benfica levado ao colo para a parte de cima do jogo. Onde esteve sempre, á excepção dos últimos 10 minutos quando, depois da saída por lesão do capitão Luisão, o Benfica se deixou encostar lá atrás e permitiu ao Porto duas oportunidades de golo. Duas!
O Benfica ganhou um jogo que não podia ter deixado de ganhar. Foi mais equipa, muito mais adulta e, quando chegou a altura própria, com as melhores individualidades. Ganhou com indiscutível mérito, reconhecido por toda a gente. Excepto o Sr Lopetegui... Mas quando o discurso do treinador do Porto é o que é (orgulhoso da exibição, e que a jogar assim o título fica mais perto) isso é irrelevante!