Estava tudo a correr tão bem..
Estava tudo a correr tão bem… O Benfica rodava jogadores e quase não se notava quem era ou deixava de ser primeira opção. Mudava a equipa mas não mudava o bom futebol, o excelente futebol que o Benfica vinha apresentando. Havia apenas um pequeno se não: dominava os jogos e os adversários, mas muitas vezes dava-lhe para o que costumam chamar gerir o jogo, esquecendo-se que o jogo só se pode gerir depois de morto. E o Benfica andava a esquecer-se exactamente disso, de matar o jogo. O adversário nunca se mata, pode até parecer que está morto, mas nunca o está. Enquanto o jogo não estiver morto e enterrado, o adversário está sempre lá…
Hoje aconteceu isso. O Benfica tinha o Tottenham à mercê, toda gente a jogar benzinho – Cardozo, que continua a ser um corpo estranho na equipa, já tinha sido substituído por Lima – e de repente, num único minuto, os ingleses – por acaso um belga – fazem dois golos, mesmo que o segundo fosse em fora de jogo. E com perto de um quarto de hora para jogar, o Tottenham estava a um golo de empatar a eliminatória… De repente, o souplesse de André Gomes passa a exasperante falta de intensidade, a precisão de passe desaparece para parte incerta e os ressaltos passam a ser ganhos pelo adversário… Que, mesmo sem conseguir arrancar para um verdadeiro assalto à baliza de Oblak, poderia ter chegado ao terceiro golo que mandaria a eliminatória para prolongamento.
Valeu o jovem guarda-redes do Benfica, a evitá-lo em duas ocasiões. E valeu arrancada de Lima, já no último minuto, que deu o empate no penalti que o próprio converteu, com classe.
E valeu – esperamos nós – a lição. Os jogos matam-se, não se gerem!