Manta Curta
Não é fácil jogar contra o dono da bola. Nunca o foi, nem nunca o será!
Mesmo assim, sabendo que seria difícil, não deixaria de ser uma noite especial. De gala, mesmo!
Não é todos os dias que se recebe em casa tanta gente tão ilustre, mesmo que seja gente como esse mau feitio de quererem a bola só para eles. Valeu pela primeira parte, onde o Benfica esteve genericamente bem. A equipa estava organizada, criou oportunidades, rematou mais e com mais perigo que o Barcelona e, apesar de ter sofrido o golo muito cedo – logo aos 6 minutos – nunca se desequilibrou. Apenas por dois breves momentos – a meio da primeira parte e já nos instantes finais – se sentiu a equipa perdida. E teve boas exibições individuais, como foram os casos de Matic, Enzo Perez, Sálvio e Gaitan!
Percebia-se, é certo, que faltava manta. A equipa queria pressionar o Barcelona logo à saída da defesa – sem dúvida que a forma mais eficaz de enfrentar este adversário – mas percebeu-se logo que, fazendo-o, deixava as costas desprotegidas por onde, vencida a primeira barreira, surgiam em alta velocidade e em contra ataque jogadores como Messi, Fabregas, Pedro ou Alexis. Era isso: se tapava a frente – a cabeça – destapava os pés!
A consequência dessa falta de manta foi a opção de defender mais atrás, com as possibilidades de recuperar a bola a deslocarem-se para zonas mais atrasadas do terreno e, aí, com mais probabilidades de a voltar a perder sem chegar a zona de finalização.
A segunda parte foi bem diferente. O jogo piorou, muito porque o Benfica piorou. Em razão do segundo golo do Barcelona ter chegado bem cedo, logo aos 10 minutos, mas também porque Carlos Martins - que substituiu Bruno César ao intervalo - nunca entendeu bem o jogo que tinha para jogar. A equipa, mesmo sem que nunca tenha caído no abismo, foi perdendo bola e discernimento, acabando envolvida em quezílias dispensáveis, que valeram a expulsão de Sergio Busquets e bem poderiam ter valido a de Matic.
Nada está perdido mas, com a vitória do Celtic em Moscovo, as contas poderão complicar-se. Não por este resultado de hoje, mas pelo da primeira jornada, há quinze dias em Glasgow. Aí é que o Benfica podia e devia ter ganho, ficando claro que apenas o não fez por falta de ambição!
Um lamento pela lesão de Pujol. Um grande capitão e um grande profissional que irá ficar afastado dos relvados por mais algum tempo. Quando acabava de regressar de uma segunda lesão neste início de época…