Descaramento
Percebeu-se. E…pronto, compreende-se!
Percebeu-se que Jorge Jesus queria deitar fora a Taça da Liga, mas sem perder. Era importante manter a invencibilidade nas provas nacionais. Tanto quanto fugir a mais um jogo no sobrecarregado calendário que está pela frente.
Só assim se explica que tenham sido escolhidos Roderik e Luisão para marcar as grandes penalidades. E o Artur até começou por complicar, ao defender logo o primeiro penalti…
Para trás ficara a mudança de discurso de Jorge Jesus, introduzindo-lhe o qb de ambição que se saúda: “queríamos jogar todos os dias”… Assim, está bem!
Ficara a apresentação de uma equipa que não hipotecava coisa nenhuma. Nem os jogos que aí vêm nem aquele mesmo. A equipa, por mais estranha que possa ter parecido, era suficiente para ganhar a este Braga e revelou, sempre e em todos os pormenores, uma superioridade técnico-táctica evidente. Mas não era para ganhar. Não queria ganhar, mas também não podia perder. Para isso nada melhor que aquele futebol da segunda parte: o futebol sem balizas de Aimar e Gaitan, o futebol exibição em passes de tango.
No primeiro remate, logo no início do jogo, a bola foi bater na trave. Era arriscado rematar, e por o Benfica não o fez por mais que cinco ou seis vezes. O árbitro, que noutras condições teria feito um trabalho verdadeiramente vergonhoso, desta vez ajudou. E fez vista grossa a dois penaltis sobre o Gaitan, da última vez já mesmo nos últimos minutos.
Imaginem que os tinha assinalado. O que é que se não diria da escolha do Roderik para os marcar?
Compreende-se, mas foi grande o descaramento!