A selecção nacional voltou a falhar: pelo segundo jogo consecutivo! Só que desta feita foi em casa e contra um adversário da terceira divisão europeia, que como credencial trazia um empate com o Luxemburgo, em casa.
E desta vez ninguém se salvou. Mesmo aqueles que nunca falham, hoje, falharam: Moutinho, Pepe, Cristiano Ronaldo…
A equipa voltou a não mostrar qualidade, e a verdade é que parece muito difícil que uma equipa que tem Hélder Postiga, Eder, Miguel Lopes, Rúben Micael … possa ter qualidade. Repare-se que bastou que faltassem dois dos jogadores titulares – Meireles e Coentrão – para que se levante claramente a questão da (falta de) qualidade!
As dificuldades na recepção da bola – e sabe-se como a recepção é determinante para a qualidade e fluidez do jogo – que se tinham identificado na Rússia não tinham, afinal, nada a ver com o piso sintético. No bom relvado do Dragão repetiram-se de forma ainda mais gritante: o problema não está no relvado, está na qualidade dos jogadores…
Mas também na mentalidade. Não é aceitável que, perante um adversário tão fraco, a equipa não tenha conseguido tomar consistentemente conta do jogo, imprimir-lhe intensidade. Mesmo depois de chegar ao empate, com bem mais dez minutos ainda para jogar, a equipa permitiu que fosse o adversário a controlar o ritmo e o tempo de jogo.
Também Paulo Bento está longe do seu melhor, com opções cada vez mais discutíveis e com critérios pouco compreensíveis. Por exemplo: é discutível que tenha deixado o Eliseu de fora, mesmo depois da lesão de Coentrão, quando preferiu chamar o Nelson, e não se compreende que tenha apostado em Nelson Oliveira, quando e como o fez para, agora, deixar de contar com ele.
O caminho para o Brasil começa a complicar-se. O primeiro lugar no grupo – aquele que garante o apuramento - começa a parecer impossível, até porque a Rússia continua a ganhar e sem sofrer golos (hoje ganhou ao Azerbaijão, em Moscovo, com um golo de penalti – inexistente, a falta existiu mas fora da área – já nos últimos minutos), mas essa é também a nossa sina. E a nossa história, afinal a selecção nacional tem assegurado a presença nas últimas fases finais de europeus e mundiais sempre através de play-off entre segundos classificados. O cliente tem sido a Bósnia, mas nem sempre assim será!
Foi triste este jogo número 100 de Cristiano Ronaldo. Parecia que este era mais o jogo cem de Cristiano Ronaldo do que um jogo fundamental para o apuramento para o mundial do Brasil. Afinal, mais que o jogo cem este foi um jogo sem: sem alma, sem chama, sem qualidade e … sem a anunciada Grândola Vila Morena…
Anunciada para o segundo 12 do minuto 20, faltou. Fica a ideia que a política nunca quer perder o futebol, mas que o futebol não quer nada com a política…