O hino do SPORT LISBOA E BENFICA no momento da entrada em campo das duas equipas para o clássico:

Esperei… esperei… Já passaram mais de 15 horas e nada. Nenhuma reacção. A máquina – altamente lubrificada, sempre operacional e tão rápida e eficaz a reagir, a que nem sequer uma suposta gafe de trinta segundos escapa – engasgou!

Ficou sem capacidade de resposta… Gripou!

Não. Não foi Luís Filipe Vieira que calou Pinto da Costa. Foi Pinto da Costa que se calou a si próprio: “pela boca morre o peixe”!

O presidente do Benfica limitou-se a usar a memória. Mesmo a recente. A lembrar… Coisa que mais ninguém faz e de que, pelos vistos, o vitalício presidente do Porto não gosta muito!

Penso eu de que… Sim, porque falar de arbitragens é ridículo e estúpido!

Meia hora diabólica – com quatro golos em sete minutos, entre os 8 e os 15 – e, depois, um último quarto de hora de controlo. Do jogo e das emoções. Foi assim a primeira parte deste clássico.

E foi quase ao contrário na segunda: só no último quarto de hora regressou algum frenesim ao jogo. Foi tempo do Benfica procurar o golo – o jogo teve uma única oportunidade clara de golo, aos 77 minutos, com Cardozo, isolado, a permitir que o Helton desviasse a bola, que seguiria para o poste e deste para a linha final pelo lado de fora da baliza – e do Porto defender o empate e a fechar a porta, fazendo entrar mais um defesa e passando a jogar com três centrais.

Enquanto foi jogado em alta intensidade, com ambas as equipas a marcarem alto, logo à saída da defesa contrária, o jogo não foi sempre bem jogado. Foi sempre emotivo mas nem sempre teve alta qualidade.

E confesso que se notou mais a falta da qualidade do jogo do Benfica. Porque sendo maior nota-se mais, e porque o Porto esteve mais perto do seu padrão qualitativo. No entanto e curiosamente os dois golos do Benfica resultam de jogadas de construídas com grande qualidade de jogo, enquanto os dois do Porto são fortuitos. O segundo, então, apenas acontece porque é uma imperdoável oferta do Artur.

De resto as equipas foram dignas uma da outra, e mostraram pertencer, em Portugal, a outra galáxia. Apetece dizer que não perdem com ninguém. Nem entre elas …

O treinador do Porto, Vítor Pereira, é que uma vez mais não foi digno, nem do jogo nem das equipas. E mais não digo…

O jogo da Luz foi um jogo um pouco estranho. Não há organização que resista a 4 golos em vinte minutos.

O primeiro golo do Porto, numa bola parada, foi mais ou menos o mesmo que o golo de bola parada do Benfica, sendo que neste caso, o remate do MATIC foi fabuloso. Os outros dois resultam de um frango do Artur e de um defesa menos conseguida do Helton.

Tudo isto aos 20 minutos.

O jogo continuou num espaço muito curto- dividindo o campo em 3 partes, os jogadores de campo, jogaram no terço do meio. Uma intensidade brutal com o porto melhor, mais organizado e com a capacidade de fazerem as faltas certas nos momentos certos.

O arranque da segunda parte manteve a tendência, um porto suportado no futebol apoiado, com os médios a entrarem no espaço vazio, mas com zero oportunidade de golo! Zero - aliás, creio que na 2ª parte o porto não rematou à baliza.

O JJ, com a equipa a perder o meio campo, mexeu bem e o Carlos mostrou que é o dono do lugar que tem sido feito pelo Enzo.

Na segunda parte o SPORT LISBOA E BENFICA poderia ter marcado quando o Cardozo se isolou, mas o Helton defendeu bem para o poste.

Tirando a capacidade do Salvio em jogar e fazer jogar, o ataque do SPORT LISBOA E BENFICA não existiu.

Acaba por ser um resultado justo.

Notas de apitagem:

- O Matic deveria ter sido expulso, com um segundo amarelo;

- O Maxi podia ter visto o vermelho;

- O maça podre fez um quantidade brutal de faltas - quase tantas como o Fernando - e sem amarelos.

O jogo podia ter acabado aos 20 minutos que teria valido a pena! Que golos!

Em 17 minutos fizeram a festa (2-2) e depois a coisa foi andando. Fica o registo da multa que o FC Porto deveria receber por ter na segunda parte estacionado o autocarro em frente da baliza de Helton.

78 jogos em casa, a vantagem é claramente do Benfica, 41 triunfos contra 14 dos portistas (e 23 empates).

Confesso que pensei o pior quando se confirmaram as saídas do Witsel e do Javi. Eram demasiado importantes no modo como o Jesus pensava a

equipa para poderem ser substituídos, mas foram. E não foi só o Matic e o Enzo. Foi a equipa que se adaptou às suas ausências.

Esta época não tivemos Luisão, Aimar, Witsel, Javi e o Gaitán só acordou esta semana.

São demasiadas ausências!

Mas, apesar disso, para surpresa minha, o Benfica chega ao fim da primeira volta em excelente condição.

Será que é favorito para o Clássico só porque está bem?

Não e sim.

Não porque o porto, apesar de tudo também chega, na classificação, muito bem. Sim, porque de facto o SPORT LISBOA E BENFICA tem mostrado uma energia muito forte.

No que diz respeito aos onzes, diria que há um equílibrio muito grande.

Na baliza uma e outra estão bem - em Paris ou em Moreira de Cónegos, Helton e Artur deram os frangos que tinham para dar este ano. Se depois da Cidade Luz, o Helton quiser repetir a piada no Estádio da Luz, perfeito.

O Danilo vai ter pela frente o Ola John e o Alex Sandro o Salvio. Creio que o Salvio é menino para conseguir levar vantagem, e do outro lado OJ terá mais dificuldades.

Os avançados, Cardozo e o Jackson, marcarão se a bola chegar lá - são homens que fecham jogadas e, um e outro, podem ser a chave do jogo.

Onde a coisa ficará decidida será no meio-campo: o porto tem um trio de enorme qualidade e o SPORT LISBOA E BENFICA tem o Matic e o Enzo. A minha dúvida é quem vai apoiar o ponta-de-lança ou, escrito de outro modo, quem vai apoiar o meio-campo: o Aimar? O Gaitan? Ou até o André Gomes para fazer também um trio no meio-campo? Continuo a pensar que nestes jogos não há nada para mudar - por mim jogam Lima e Cardozo.

Para ganhar, claro!