E subitamente fez-se calma
Benfica vence. Porto e Sporting empatam. Afinal as coisas não são como muitos afirmam: nem Sporting e nem o Porto, são os grandes dominadores deste campeonato. Falta muito, mas mesmo muito para o fim.
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Benfica vence. Porto e Sporting empatam. Afinal as coisas não são como muitos afirmam: nem Sporting e nem o Porto, são os grandes dominadores deste campeonato. Falta muito, mas mesmo muito para o fim.
Já aqui tinha referido que os media andam com o Sporting ao colo, não querem que lhe falte nada. Tem sido assim esta época, e nada teria de mal se, paralelamente, não se esforçassem para afundar outros. Mas enfim, também já aqui estranhei que ninguém dissesse que o Porto não anda a jogar nada...
Repare-se que enquanto o Sporting andou a marcar golos em fora de jogo que lhe renderam pelo menos 3 dos seus 11 pontos (quase 30%) não se passou nada. Quando ao Sporting foram perdoados penaltis estava tudo bem… Mas ontem, quando o próprio Leonardo Jardim disse achar hipocrisia falar da arbitragem e achou o resultado justo – e bem percebemos que não estava convencido disso, ou não tivesse o Nuno Espírito Santo recordado o seu critério de avaliação, quando disse que a única variável estatística em que o Sporting superou o Rio Ave foi nas faltas cometidas – toda a imprensa traz para a primeira página um penalti por assinalar a favor do Sporting.
Não há dúvida, o Sporting é o novo menino bonito!
Um clube que se diz forte não chora. Joga.
Sim, o Estoril é perigoso e venderá caro o empate ou a derrota, para não pensar num terceiro resultado imperdoável. Mas não vale a pena o Paulo inchar o ímpeto do Estoril Praia com aplicativos de psicologia como equipa «fortíssima». Reservemos isso para o Atlético de Madrid, por exemplo. Bastaria o Paulo assumir simplesmente que esta 5.ª jornada da Liga será dura, sim, senhor, e trará novidades, confirmações e desilusões. Só queremos que as últimas não sejam nossas.
Ansiedad é o título deste post com a respectiva ligação para ouvirmos uma deliciosa versão de Nat King Cole. Com efeito, urge podermos dar música a todos aqueles que padecem deste sentimento belo, mas ambivalente.
É que enquanto ouvem musiquinha o tempo corre mais depressa amenizando os lirismos que pude atestar no final do jogo de ontem entre o bravo Arouca e o Braga.
Nas redes sociais e em alguns canais de TV foi logo possível ler-se: "Braga encosta-se ao Porto"; "Braga apanhou o Porto na tabela"; "Porto já não está isolado no campeonato." Enfim...é um facto, mas a jornada ainda não terminou. Até porque hoje, caso o melhor Sporting do século (que ainda assim permanece a 2 pontos do meu Porto), possa aquistar os 3 pontos ao Rio Ave a "Ansiedad" pintará o mundo do futebol com um eventual Sporting já é líder ou quiçá Sporting já não é primeiro desde...Campo Maior (passe o exagero).
Uma sugestão editorial: vendo as coisas por outro prisma podemos dizer o seguinte: Braga já leva 5 pontos de vantagem sobre o Benfica ou até mesmo (caso o SCP vença) Benfica feito num 8 de pontos para o Leão. Engraçado será também quando lermos algo como JJ já nem as nalgas do leão consegue afagar.
Haja um pouco de bom senso nas abordagens porque já bastam os títulos do CM e das cassetes do Rui Gomes da Silva para se vender uns jornais ou para se ganharem audiências. Deixem isso para a Benfica TV...
Entretanto, a versão de Ansiedad de Nat King Cole terminou. Façam "Repeat track" e tenham calma...
Hélder Rodrigues
Só espero que este Sporting que começa a cantar de galo possa esfriar a cabeça lá para os finais de Outubro.
O meu padrinho, falecido há mais de vinte anos, e o meu avô materno, que soltou amarras em 2003, tiveram um papel absolutamente determinante na minha paixão pelo FC Porto. O primeiro porque, sendo analfabeto, era culto, sagaz, tinha boa memória e industriou-me acerca das penas e glórias do século XX e a matéria política agregada ao Porto e ao Norte, a sua paixão. Quando me cortava o cabelo, eu via os galhardetes, as imagens, os quadros do sublime FC Porto. Quanto ao meu avô, simplesmente ofereceu-me um equipamento completo, calções, camisola, meias, o que terá sido um dos melhores presentes e dias da minha vida: anos setenta, dia de Verão, meio ou fim da tarde, e o incentivo da minha mãe e dele para que fosse correr garbosamente a freguesia com aquele emblema ao peito. E fui.
A pré-epoca do FC Porto foi imaculada. Acredito, porém, que as dinâmicas de estabilização do balneário, entre quem fica, quem sai, quem é emprestado, que é castigado, que estagia na B, tudo isso introduz alguma tensão na estabilidade afectiva do grupo, onde quase todos estão a criar calo de vitória e a assimilar uma ética e um estilo. Nessa medida, o ápice foi o último jogo paupérrimo da Liga dos Campeões. Não encontro mais nenhuma explicação para um jogo tão baço.
Por que é que ninguém diz que o Porto não anda a jogar nada?
*Com a devida vénia ao Daniel. E com as minhas desculpas por lhe roubar o título.
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