A arte de bem receber e as coisas que nunca mudam
Mais que um belo jogo, este que, provavelmente as duas equipas que actualmente melhor futebol estão a praticar, disputaram hoje na Luz, foi um jogo curioso. E cheio de curiosidades!
O Benfica jogou ao nível a que já nos habituou, mas com a curiosidade de, à sua condição de grande equipa de futebol, aliar a de grande anfitrião. Sabendo que o Estoril gosta de ter a bola, o Benfica entrou de rompante para resolver o jogo – o primeiro golo acontece logos aos cinco minutos, mas à terceira oportunidade – para rapidamente ofertar justamente a bola às visitas. E assim fez, não foi sovina e deixou o Estoril ficar com a bola.
E fez muito bem. Porque a equipa do próximo treinador do Porto - parece que não está fácil de convencer, e que o Porto já não tem capacidade de sedução - até sabe o que fazer com ela, pelo menos para os olhos dos espectadores. Mas acima de tudo porque não precisou dela para nada para fazer mais uma grande exibição, marcar três golos – a arbitragem, sabe-se lá por quê, anulou o terceiro - e desperdiçar mais três ou quatro. Nem precisou de a ter para impedir o Estoril de chegar á sua inviolável baliza – um golo sofrido, aquele charuto de má memória em Barcelos, nos últimos 16 jogos. Na primeira parte, nem um remate. E no fim, uma única defesa, e fácil, de Oblak!
O Benfica alargou hoje para 7 pontos a distância para o segundo – o Sporting. Que empatou em Setúbal, porventura sem ter merecido ganhar, mas claramente prejudicado por uma arbitragem de um velho conhecido, do Porto… E assim, na jornada que antecede a visita do Porto – que jogando o que tem vindo a jogar, lá conseguiu uma vitória tão gorda quanto enganosa – vê reduzida para metade a vantagem que já tinha. Mais do que isso, o Porto chega a Alvalade a poder discutir ali o segundo lugar. E como esse velho conhecido que hoje esteve em Setúbal sabe da importância desse segundo lugar… Há coisas que, mesmo que não pareça, nunca mudam!