Dia de dérbi
Hoje foi Dia de Dérbi. E deu empate, a um golo. Mas nem devia valer que aqueles dois golos valessem a mesma coisa.
Por isso o resultado é injusto. Mas não é só por isso. É também injusto porque o Benfica teve mais oportunidades de golo, foi mais assertivo no jogo e foi melhor que o Sporting durante mais tempo. E quando foi melhor, foi melhor que o Sporting quando foi melhor!
À parte disto tudo parece-me que foi um jogo marcado por um factor muito importante, em tudo na vida, mas particularmente no futebol. Não, não é de sorte que estou a falar. É de confiança!
A confiança que Artur roubou à sua equipa e que simultaneamente deu ao adversário. E a confiança que Jorge Jesus não tem nos jogadores que estão sentados ao seu lado no banco.
Quando tanto se falou das opções de Jesus para a baliza, achando, uns que entregar a titularidade a Júlio César seria um risco desnecessário, e outros que Artur passa rapidamente de herói a vilão, ou que terá mais aptidões para vilão que para herói, o treinador do Benfica optou pela decisão mais confortável, esperando que fosse o número 1 a resolver-lhe o problema. Pena que ao resolver-lhe o problema tenha resolvido também o resultado!
Depois, Jorge Jesus deixou claro que não tem grande confiança nos jogadores que não escala directamente para o onze inicial. Só isso explica que tenha feito uma única substituição, e aos 86 minutos, quando tirou o Talisca entrar o Derlei.
Mas tem toda a confiança justamente no jogador que substituiu, que insiste em manter como segundo avançado, perdendo uma boa opção para o meio campo para não ganhar um segundo avançado e acabar a perder a única opção a que deita mão: Lima. Talisca é mesmo o mais estranho caso na actual equipa do Benfica. Percebe-se que tem dois grandes atributos: a capacidade de passe à distância, e a altura, fora do comum. Ao usá-lo como segundo avançado perde-se por completo o seu maior atributo técnico, a capacidade de passe, e ao utilizá-lo na marcação das bolas paradas, em especial nos cantos e livres laterais, perde-se a possibilidade de usar a sua elevada estatura. Parece-me, não sei…
O Sporting foi Rui Patrício, que salvou o empate. E Wiliam Carvalho. E não foi Nani, mas pode ser que ainda venha a ser!
E o árbitro tinha de ser o Pedro Proença. Não havia volta a dar, depois do que se vira nas duas primeiras jornadas… Não foi tão mau como de costume, e não foi por ele que o Benfica deixou de ganhar o jogo. Mas, e apenas por exemplo, os dois centrais do Sporting conseguiram chegar ao fim do jogo sem um único amarelo, quando um aos 8 minutos já podia estar com o segundo e o outro, um armário descomunal, passou o jogo todo a atropelar quem lhe aparecesse à frente.