Mais do que marcado pelas incidências do pré-match, e em particular pelas encenações de Sérgio Conceição e António Salvador, este Benfica-Braga que encheu a Catedral e assinalou a marca dos 40 mil minutos do capitão Luisão, estava marcado pelos resultados nos dois jogos anteriores. Entre o “não há duas sem três” e o “às três é de vez”!
De tal forma que quando surgiu o primeiro golo, numa bela triangulação concluída com o remate espectacular de Jonas – mais um grande jogo –, ao contrário do que é corrente perante equipas muito fechadas, como voltou a ser o Braga, ninguém teve a sensação que o mais difícil estava feito.
Não houve grande alívio. Afinal o primeiro golo era quase que um mal necessário. Fosse possível chegar a dois ou três a zero sem passar pelo primeiro e todos os benfiquistas dispensariam aquele primeiro golo. Lá estava o não há duas sem três, e toda a gente se lembra bem das sucessivas oportunidades de golo desperdiçadas nos dois jogos anteriores que deixaram único o primogénito.
À medida que o tempo ia passando, sem que o desejado segundo aparecesse, ia-se no entanto percebendo que dificilmente a história se repetiria. O Benfica tinha aprendido a lição, e não deu nunca qualquer hipótese ao Braga. Não marcava – o guarda-redes repetia a sua própria exibição da primeira volta, e a do seu colega russo, na Luz, no fatídico jogo para a Taça de Portugal – é certo, mas o jogo era muito mais maduro.
Na primeira parte os jogadores do Braga, levaram para o jogo a réplica das encenações da semana com Ruben Micael, como sempre, e Salvador Agra no banco, à cabeça. Não há nada a fazer. É assim … Mas só isso – provocações – e defender à frente da sua baliza, que isso o Braga sabe fazer bem.
Na segunda ainda entraram com alguma genica – só isso, nada mais que isso – e os primeiros cinco minutos ainda podiam deixar a ideia que o Braga queria finalmente discutir o jogo. Sol de pouca dura. Voltou tudo ao mesmo, o Benfica ia jogando o seu futebol, atingindo frequentemente o brilhantismo e desperdiçando oportunidades, umas atrás das outras, muitas vezes na mesma jogada. Como sucedeu na sequência do livre a cobrar a falta que deu mais uma expulsão (Tiago Gomes). Que, ao contrário do que pretende muita gente, ainda não é ilegal. Mas pelo que voltou hoje a ver não tarda aí uma lei a proibir a expulsão de adversários do Benfica. Os penaltis já estão!
Para provar que era dia de “às três é de vez”, à entrada do último quarto de hora, chegou o segundo golo Ao terceiro remate para golo, Eliseu foi finalmente feliz. Nos outros dois tinha brilhado o guarda-redes bracarense. Ás três foi mesmo de vez!
Se, fazendo deste o jogo de uma vida, o Braga só joga isto, é muito pouco. Defende bem, sem dúvida, mas é curto… Há gente que quando se põe em bicos de pés desequilibra-se logo!