Força, Portugal!
Perante isto tudo que nos está a acontecer, que é grave e muito, que seja um até já após ter passado a tempestade e sem vitimas. A vida está acima de futebois e afins.
Força, Portugal!
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Perante isto tudo que nos está a acontecer, que é grave e muito, que seja um até já após ter passado a tempestade e sem vitimas. A vida está acima de futebois e afins.
Força, Portugal!
Sejamos claros: 3 cm num fora de jogo é ridículo.
Pois o VAR viu 3 cm num fora de jogo. Na altura, depois e ainda agora, vi afirmações de um senhor no Porto Canal, é enorme a gritaria de um FC Porto que foi assim roubado. Que o Porto é vitima do sistema implantado para favorecer o Benfica. Que no Porto se vai lutar até à morte.
Estou com o Porto e digo que 3 cm são ridículos. No entanto, ao ouvir os portistas fico a saber que 3 cm ontem são muito mais longos que os 4 cm que assinalaram ao Pizzi um dia destes. Na altura eram as leis, as regras e as vantagens do VAR. Hoje já é um ataque sem precedentes ao Porto.
Na realidade é apenas de quem quer disfarçar a mediocridade de uma equipe com perseguições absurdas.
Dei mais abaixo, num texto, a minha margem de manobra a Lage. Hoje, após a exibição que vi do Benfica, essa margem de manobra está muito curta.
Bruno Lage deixou de treinar para passar a inventar. As dinâmicas desapareceram, a força desapareceu, o bom jogo desapareceu e por consequência os golos também.
Lage opta agora pela rotação de jogadores, hoje são titulares, amanhã estão na bancada ou no banco e depois regressam a titulares. O treinador do Benfica cria neste momento uma instabilidade que vai dar o titulo ao Porto.
Estamos perante o melhor e mais completo plantel do panorama nacional. Estamos perante um treinador que dá algumas amostras que pode não ter unhas para tanto.
Como benfiquista que sou mantenho a esperança, embora muito ténue, que ainda dê para lá chegar, mas está muito difícil.
Em quatro jogos apenas o Benfica perdeu 8 pontos, transformando uma vantagem de 7 numa desvantagem de 1. Que são 2, como se sabe!
Nunca, na História do campeonato nacional, uma equipa com 7 pontos de vantagem no arranque para a segunda volta, perdeu o título. Não quero dizer que o Benfica já tenha perdido o que seria o 38, mas todos sabemos que não será fácil evitá-lo.
Depois de todos os recordes batidos na dobragem de 2019 para 2020, entre os quais o da pontuação numa primeira volta, este Benfica de Bruno Lage & Vieira está agora à beira de atingir um registo negativo inédito. Não sabemos ainda que sequência estará a ser construída, mas basta esta de 8 pontos perdidos em 4 jogos, para já estarmos também bem dentro dos piores registos da gloriosa História do glorioso. Tão mal, nem nos medonhos anos de Vale e Azevedo, nem nos tristonhos anos da convalescença de Vilarinho e Vieira.
Cenário tão negro obriga evidentemente a apontar o dedo a Luís Filipe Vieira e a Bruno Lage. Ao presidente porque é dele a responsabilidade máxima. Foi ele que desbaratou o plantel, depois de centenas de milhões de euros em vendas de jogadores em anos consecutivos, canalizados ninguém sabe bem para onde. Foi ele que, com o principal rival de rastos "à espera do tiro de misericórdia" (não passa de metáfora, claro), disparou a arma contra o próprio pé, pela segunda vez em três anos. É ele que conta agora estórias de embalar, teatraliza emoções, e recorre aos mais batidos truques evangelistas com saídas messiânicas.
A Bruno Lage porque pactuou com tudo isso, deixando a imagem de treinador de Vieira, em vez de treinador do Benfica, negligenciando a constituição de um plantel competitivo e compaginável com a grandeza do clube. Porque transformou um discurso inovador e credível em simples lugares comuns, vazios de conteúdo e, acima de tudo, vazios de senso e alheados da realidade. Porque, tendo no ano passado sabido recuperar Taarabt e até Samaris (João Félix não conta, era um fora de série que só precisava que o pusessem a jogar), não valorizou depois disso um único jogador. Desperdiçou Florentino, de novo Samaris, ou RDT (e como para o Activo não lhe levei João Félix, também para o Passivo lhe não levo Zivkovic). E está a levar Weigl - mais um investimento de 20 milhões - ao mesmo destino. Da própria formação não se viu mais nada do que acabar com a ideia. Nem protege os que lançou, atirando-os aos bichos (casos flagrantes do Ferro e do Tomás Tavares) nem aproveita nenhum do talento que por lá existe, e em posições críticas no desempenho da equipa.
E porque se lhe não vê nem discurso nem rasgo para mexer com os jogadores e com a equipa. E sem esse rasgo, que todos vemos que lhe falta quer no banco, para mudar o rumo dos acontecimentos em campo, quer na comunicação, para transmitir o vigor e a confiança necessários para revolucionar o actual estado das coisas, não há maneira de interromper a espiral de insucesso que envolveu a equipa.
Claro que Vieira vai descartar Bruno Lage. Não agora, evidentemente. No final da época, provavelmente com tudo perdido, mas com a ideia que, para ganhar em Outubro, lhe bastará gastar muito dinheiro no Verão. A comprar um ou dois jogadores com nomes sonantes, e a trazer de volta Jesus, o seu Messias Salvador.
PS: O Daniel pergunta abaixo se terão desaprendido. Julgo poder responder que não, não desaprenderam. Mas alteraram-se as condições, porque nada dura para sempre: antes, os golos apareciam com alguma facilidade (nos principais campeonatos da Europa, o Benfica foi durante muito tempo a equipa mais eficaz, isto é, a que precisava de menos oportunidades por cada golo marcado) e confiança era coisa que não faltava. Como as coisas corriam bem a confiança era alta. E com a confiança em alta, as coisas saem ainda melhor, escondendo-se as fraquezas. As fraquezas - Bruno Lage dixit - que os adversários lhe descobriram. E que ele disse conhecer, mas mostrou não saber tratar.
Ao contrário do Dylan, no texto em baixo, dou ainda o beneficio da duvida ao Bruno Lage. Obviamente que não vou aqui branquear todo o desastre que foi a participação do Benfica nas provas europeias. Na realidade o desastre teve o toque de Lage e as suas constantes invenções. Serve de pouco dizer que todos os clubes portugueses caíram. De facto, os quatro portugueses caíram, mas no caso interessa perceber a participação do Benfica e o conjunto de erros de Lage.
Reforço que ainda dou ao treinador do Benfica algum espaço de manobra. A paisagem actual é má, mas é composta por praticamente os mesmos que na ultima época eram os maiores e uma máquina de futebol.
Terão desaprendido?
Agradecemos a lufada de ar fresco que Bruno Lage trouxe ao futebol português nomeadamente através de um discurso educacional, divertido e inovador mas este país desportivo infestado de sacanas não é para totós. Já devia ter desligado o modo "Super Wings", conduzido por um prodígio de nome João Félix que aparece de 50 em 50 anos e activado o modo combativo "Os Vingadores", da Marvel. Deslumbrou-se com a suas experiências laboratoriais no Seixal, conseguiu esconder os problemas defensivos que identificou durante um ano e não os resolveu na janela de transferências de inverno, em Janeiro. Desligue o Canal Panda, apague as luzes, feche a porta da Academia e saia para dar lugar a outro porque o Benfica ainda vai a tempo de ganhar a Taça visto o Campeonato já estar entregue.
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