Veneno Jesus. Veneno Cardozo
Fico satisfeito que não passe pela cabeça de nenhum dirigente ou treinador que os jogadores do FC Porto na origem dos golos do Atlético sejam de alguma forma alvo de retaliação. Passar, passa, já que se fala nisso. Mas não faz sentido. Em mil noites conseguidas de Helton, uma pode não ser tão conseguida. E em quinhentas boas prestações de Mangala, uma ou duas podem ter bicho.
Já os efeitos desmoralizadores do perdão plenário a Cardozo pagam-se caro no SLB porque se fazem sentir na insegurança, irregularidade e insolência competitiva no plano internacional lá, onde a tal motivação deveria ser natural e automática, traduzida em altíssimo rendimento, o que não se viu. Mas a readmissão de Cardozo representa tão somente isto: Jesus perdeu mão na equipa. Desrespeitado por um, impotente com os demais. Antes do início da época, a questão mal resolvida Cardozo era um veneno para a estabilidade competitiva do balneário. Agora, o veneno é Jesus. A autoridade do treinador está minada. Lei da gravidade e da vida.