Minuto 13
A equipa do Benfica realizou finalmente uma exibição condizente com a responsabilidade que tem. Um jogo tremendo, este que a equipa fez hoje em Atenas…
Confesso que estava à espera que a equipa ressuscitasse hoje, mas não esperava tanto. Antes do jogo confidenciara a alguns amigos isso mesmo, que esperava que os jogadores finalmente se lembrassem que para dar o salto precisavam de se mostrar, e que melhor montra não há. Lembrava-me especialmente de Garay, Matic e Gaitan, não esperava que todos tivessem decidido que estava chegada a hora, e muito menos que fossem Sílvio e Rúben Amorim a dar o mote.
Quando ao minuto 13 – que não foi de azar, foi de incompetência –, num canto que resultou da primeira vez que a equipa grega passou da linha de meio campo, o Olympiakos marcou, pouca gente pensaria que estava feito o resultado final, tal era já a superioridade benfiquista. A equipa grega confirmava o que já tinha mostrado no jogo da Luz – que então foi suficiente para claramente se superiorizar, mas que hoje não deu para mais que ir mascarando a enorme diferença de valor entre as duas equipas – pressionando sempre que podia, revelando uma boa organização defensiva e evidenciando os dotes estratégicos do seu treinador, bem salientes na utilização de Saviola, o responsável pelos bocados de bom futebol da equipa na primeira parte.
Mas, não obstante o Benfica continuar a jogar a grande nível e a criar oportunidades de golo sucessivas, o resultado estava realmente feito. Por algum azar, por, aqui ou ali, alguma incompetência na finalização mas, acima de tudo, porque o Roberto cobrou com juros altíssimos – não estivéssemos na Grécia – a oferta que deixara na Luz. Tornou-se, uma vez mais mas agora pela positiva, no grande carrasco do Benfica e - tudo aponta para isso – no grande herói do apuramento da equipa grega, garantindo a vitória de hoje depois de já ter garantido a de Bruxelas.
Para o Benfica, no mais que provável adeus à Champions, fica uma qualidade que se espera tenha vindo para ficar. Talvez assim possamos esquecer mais depressa as bolas paradas, defensivas e ofensivas – conhecendo as vulnerabilidades de Roberto ninguém percebe que os cantos, e tantos foram, não tenham saído tensos para cima da baliza, sempre com alguém encostado ao guarda-redes espanhol – as lesões musculares, ou até o certificado de incompetência que o Saviola hoje passou a Jorge Jesus.