Quebrado o enguiço
Aí está o campeonato. O campeonato do regresso do Boavista, agora certamente Boavistinho, que isto já não dá para Boavistões. E também o campeonato da Liga sem patrocínios, bem estampado na monocromia dos painéis expostos na zona das entrevistas rápidas. Preocupante, sem dúvida!
O Benfica contrariou a regra de não entrar a ganhar. Desta vez arrancou com uma vitória que, valendo os mesmos três pontos de qualquer outra, tem o seu quê de especial. Desde logo por quebrar um enguiço que quem assistiu ao início do jogo apostaria estar aí para durar…
Porque o Paços de Ferreira, marcado pelo regresso – com toda a dignidade, é de salientar – de Paulo Fonseca, entrou muito bem, superiorizando-se no meio campo e assegurando a partir daí o controlo do jogo, mas também porque desde logo se percebeu que Cosme Machado estava ali por encomenda. Bem se esforçou para que a tradição se mantivesse, começando por amarelar logo a abrir o Enzo Perez para, pouco depois, inventar um penalti contra o Benfica. Depois, e até ao fim, foi sempre igual a si próprio, ele que é um velho conhecido…
O Benfica não jogou especialmente bem, durante muito tempo faltou-lhe velocidade e dinâmica, com os jogadores muitas vezes sem profundidade. Mas passados os primeiros vinte minutos, em que o Paços foi claramente superior e em que Artur, apostado em vender caro o lugar, segurou o jogo quando defendeu o penalti, e alcançado o golo inaugural numa combinação de excelências – o excelente toque do excelente Gaitan para a excelente desmarcação, com o não menos excelente remate do excelente Maxi (o homem do jogo) –, o Benfica assegurou definitivamente o domínio do jogo.
Os problemas que o jogo pôs, para além dos postos pelo Paços, tiveram a ver com Enzo, que nunca se encontrou com o jogo, o que só por isso não é tão estranho como a sua saída, ainda na primeira parte, e que deverá querer dizer algo de muito parecido com adeus. E com Talisca, que sendo evidentemente jogador, não é um avançado... Por isso Jorge Jesus teve de andar às voltas com aquele meio campo, que só verdadeiramente estabilizou com André Almeida e Rúben Amorim.
No fim de contas valeram os dois golos da ala direita, porque também o segundo, do Salvio, foi excelente. E valeu que Luisão voltou a mostrar por que é que não pode sair para lado nenhum!
E parece que afinal, porque saiu quem saiu e virá a sair quem vier ainda a sair, Jara vai mesmo ficar no plantel. E hoje até jogou qualquer coisa... Se o Jesus vier a fazer dele jogador será certamente a cereja no topo do bolo. Não acredito, mas cá estarei para, com todo o gosto, dar a mão à palmatória.