Honrosa e Gloriosa Mediocridade
Gosto de Paulo Bento e apoio-o a 100%, mas repito que, para além do trabalho sério e da ética indeclinável que ele está a impor como ninguém ao serviço às nossas cores, a crítica dos críticos, a crítica dos leigos, a opinião dos comentadores - a crítica, bolas! -, tem, terá sempre, uma importância de reforço adicional de tudo isso. Espicaçar competitividade. Espicaçar superação. Espicaçar qualidade, é, será sempre, mérito de quem observa e comenta. O último Europeu espelhou precisamente os bons efeitos dessa cultura de sinergia entre quem transpira no relvado e quem soma sonho ao sonho e desejo de glória ao desejo de glória, como se o nosso futebol também já não passasse sem o Carlos Daniel, por exemplo, ou sem os meus posts, passe a imodéstia. Escrito isto, ontem, frente ao Panamá, fomos apenas esforçados. Dominamos, apenas. Tirando esse óbvio, há anos que é irritante a nossa mediocridade finalizadora. Não pode ser. Não podemos ser quase perfeitos na raça, na combatividade, na entrega, no profissionalismo e depois não passarmos de abaixo de medíocres quanto à consumação dos golos. Não há desculpas, Paulo. Trabalhem essa merda até ao sangue e mostrem serviço. Sem complacência e sem o discurso autocomplacente da nossa famélica comitiva olímpica, no geral, incapaz de sangrar na hora H.