DIA D: D de DESAFIOS AO MESTRE
Afinal havia outro dia D. O do limite de inscrições de jogadores na UEFA, que os mercados das horas extraordinárias não deixaram passar. E da Rússia lá chegaram mais uns milhões largos, os suficientes para a cláusula de rescisão de Witsel e para o que Pinto da Costa fizesse mais uma pirueta.
E eu que pensava que já ninguém nos levava o belga de carapinha e olhos azuis…
Que pensava que, com os seus 23 anos, ele acharia que tinha tempo para esperar mais um ano, para rumar a um dos gigantes dos dois maiores campeonatos do mundo, para um daqueles que juntam dinheiro a prestígio. Mas não! Se calhar pensou que mais vale um tordo na mão que duas perdizes a voar…
O Benfica não podia fazer nada?
Podia! Podia ter tido visão estratégica para cuidar a tempo da revisão contratual do seu jogador com mais mercado, com o consequente alargamento da cláusula de rescisão que, como invariavelmente se tem visto – no Benfica e nos outros – serve para nada quando se quer vender e para pouco, mas alguma coisa, quando se não quer. Mas também podia ter tido visão estratégica - para o que não era sequer necessário ser visionário – para, em vez de contratar não sei quantos alas, ter procurado alguém para o meio campo, esse espaço vital do rectângulo agora mais desertificado que o interior do território nacional.
O plantel do Benfica conta agora com três centro-campistas: Matic, Aimar e Carlos Martins. Um sem ritmo de jogo e dois que passam mais tempo lesionados que a jogar. E ambos sem pernas para um jogo inteiro, nos que jogam!
Não importa que o Witsel tenha rendido tanto quanto o Hulk ao Porto. Ou que tenha deixado mais valias bem superiores às que o Incrível deixou nos cofres do Dragão. Não serve de consolação nenhuma que o Zénite tenha duas direcções: uma que oferece 50 milhões a Pinto da Costa, e que ele rejeita liminarmente, e outra que lhe dá 40 milhões e leva o Hulk. Pouco importa que Pinto da Costa faça exercícios de matemática para conseguir o milagre da multiplicação dos números, mesmo que, com isso, se fique a saber que havia umas dívidas por saldar ao jogador. Já se tinha ouvido falar disso, mas pensava-se que era só nas modalidades. Ou apenas coisa de más línguas…
O que importa mesmo é que, agora, o catedrático que está a evoluir para um look à Rod Stewart, tem a oportunidade da sua vida: fazer do Bruno César um trinco, do Gaitan um 10, do Nolito – já que não o consegue despachar para França – um box to box, e do Kardec uma coisa qualquer que jogue à bola!