"A melhor equipa"
Quando Jorge Jesus, sem recorrer aos sofismas que alguns mestres do cinismo tratam por tu, em vez de dizer que ia colocar em campo a melhor equipa para defrontar o Leverkusen, veio dizer que ia dar oportunidade a quatro ou cinco jogadores que não têm jogado, todos tememos o pior. Era a champions, não era a Taça da Liga!
Quando se conheceu a lista dos convocados, não havia muita volta a dar: apenas lá estava o André Almeida, o pau para toda a obra que as sucessivas ondas de lesões que se abateram sobre a equipa transformaram em titular indiscutível. Que, ainda por cima, vinha de um jogo pouco mais que miserável. Ele que, nunca brilhando a alto nível, também nunca joga mal, tinha mesmo jogado mal contra o Belenenses… Foi o capitão, um grande capitão!
Afinal, esta equipa do Benfica – em cujo onze inicial, mesmo assim, não coube qualquer dos miúdos de que se fala – esteve bem melhor que as outras que Jorge Jesus apresentou nesta inglória campanha. Individual e colectivamente a equipa esteve a grande nível. Passados que foram os primeiros 5 minutos, com a equipa alemã a impor a sua entrada habitual, feita de grande intensidade e pressão, o Benfica tomou conta do jogo. Foi melhor, chegou a ser brilhante e criou três ou quatro oportunidades de golo, que especialmente Lima tratou de falhar.
Na segunda parte foi diferente. A equipa alemã voltou a fazer a entrada habitual, e o Benfica, porque não é possível que jogadores sem ritmo de jogo joguem àquele ritmo, perdeu qualidade de passe e de decisão, demorou mais tempo a reagir.
Mas reagiu, com a entrada – finalmente – do Nelson Oliveira, que aproveitou muito bem o quarto de hora a que teve direito. E consolidou essa reacção com a entrada do outro dos nossos miúdos – João Teixeira – que também não quis desperdiçar um único dos cerca de 10 minutos que lhe calharam, acabando por cima, com mais uma sucessão de oportunidades de golo. Sempre falhadas, porque, lá está: é preciso jogar. Sem jogar, os reflexos, a capacidade de reacção e a confiança não são os mesmos. E os golos tornam-se produto de luxo!
Podia ter sido outra a porta de saída da Europa. Acabou por ser esta, que permite, apesar de tudo, algum optimismo aos benfiquistas. Os centrais estiveram muito bem, melhor que muitas vezes a dupla titular. O Pizzi disfarçou-se de Enzo Perez, e deixou a ideia que poderá lá chegar. Não atinge o nível do internacional argentino, evidentemente, mas vê-se que cumpre bem naquelas funções. O Christante voltou a confirmar que tem muita qualidade, e o miúdo João Teixeira disse-nos que não se percebe o seu desaparecimento, depois da pré-época. O Nelson Oliveira confirmou a qualidade que todos lhe reconhecem, e que, tal como o Rui Fonte, tem condições para ser uma aposta séria. E o Olá John é desconcertante… Para os laterais adversários, mas mais ainda para os adeptos. Mesmo quando está motivado e feliz, e parte tudo o que lhe apareça pela frente, falta-lhe sempre aquele bocadinho… Que faz a diferença que sempre anuncia mas que raramente acaba por conseguir fazer!