Contas feitas
Jogaram-se os últimos jogos do campeonato, e fizeram-se as últimas contas, soberanas como sempre, que ditaram as últimas decisões. Com as contas do título arrumadas há uma semana, bem como as da primeira despromoção, e as do último apurado para a Liga Europa, fechadas no sábado, já só restava saber quem acompanharia o Nacional, da Madeira, na viagem para a segunda Liga.
As contas faziam-se entre o Moreirense e o Tondela. Ambos fizeram pela vida, ganhando os seus jogos, e claramente. O Tondela ao Braga, e o Moreirense ao Porto. Por isso acabou por cair o Arouca (quem diria, Lito Vidigal?), que perdeu no Estoril.
Mas é a vitória do Moreirense que tem História. Marcou o primeiro golo ainda bem cedo, à pasagem do minuto 16. Vinte minutos antes da passagem de um drone, com o número 36 do minuto 36 quando, das bancadas, já com as gargantas bem aquecidas com aquela coisa que gostam de chamar a certas mães, se ouvia um cântico qualquer com um desejo qualquer. "Quem me dera"...Subitamente interrompido pelo segundo golo do Moreirense.
Isso mesmo. Um golo calou, o que, pelos vistos, ninguém se preocupa em calar. Como se percebeu na Sport TV...
Mas o resultado não ficou por aqui. O Benfica tinha empatado a dois golos, na festa, no Porto. À entrada para a última jornada, Benfica e Porto tinham exactamente o mesmo número de golos marcados e sofridos. Estavam empatados nas contas do melhor ataque, com 70 golos marcados, e da melhor defesa, com 16 golos sofridos. Quer dizer, o resultado perfeito era mesmo 3-1.
O Moreirense não se limitou a ganhar para assegurar a permanência. O Moreirense, de Petit, calou um cântico vergonhoso que mais ninguém cala. E só parou no resultado perfeito. Sim, porque o que é perfeito, é, no fim, quando se fazem as contas, o campeão ficar com o melhor ataque e com a melhor defesa!