Festival no Dragão
A retórica futebolística é um fenómeno curioso. No passado fim-de-semana, Talisca (esse mosqueteiro de Jesus) foi elevado ao quadrado em virtude do seu hat-trick em Setúbal. Chegou a ser associado a Eusébio nesse feito brilhante...tendo já meia europa e Alexandre Dumas atrás dele. Não obstante esse facto, a máquina propagandística continuou a laborar e enfatizou as palmas e os cânticos que emocionaram seis milhões, independentemente da derrota caseira chapada por velhos rivais. Mas as palmas é que contam. Aliás, penso inclusivamente que o clube cujos adeptos batam mais palmas por m2 deve ter acesso direto à fase de grupos da Liga dos Campeões. É algo que Jesus deve propor na próxima reunião da elite...
Todavia, no dia de ontem há um fantástico jogador que marca 3 golos na Champions. Há uma equipa PORTUGUESA que faz uma excelente exibição, prestigiando a força do futebol nacional. Mas os sofistas apenas menorizam o adversário, destacando as suas fragilidades para justificar a meia dúzia de golos marcados à equipa da Bielorússia...
Na verdade, ontem no Dragão a noite foi de gala porque os jogadores trabalharam para isso. Fizeram por merecer aqueles saudosos cânticos que proferíamos nas Antas perante grandes exibições: Festival, festival, festival....! E nem a maior goleada do FCP no actual formato da Champions foi suficiente para que se valorizasse condignamente o triunfo portista.
Assim, saia uma monumental salva de palmas para quem de direito! Até porque BATEr assim o Borisov não é para todos. Que o diga o Bayern de Munique! Nunca se esqueçam que há Apoel sem h e com H (esses que apesar de pequenos também sabem golear equipas portuguesas).
Regressemos ao trabalho para que no Xadrez do derby da Invicta se faça xeque mate com mais um Festival à Porto.
Lá estarei para bater palmas!
Força, Porto!
Hélder Rodrigues