Foi muito bonito
Foi muito bonito o ambiente da Luz esta noite. Foi muito bonito o jogo, foram muito bonitos aqueles onze minutos de chama imensa, intensamente acesa a iluminar a esperança de chegar às meias finais da Champions. E com o dois a zero ali tão perto...
Foi bonita a forma como o Benfica discutiu com o Bayern o acesso ao acesso à final de Milão. Mas só isso, dirão alguns... Não me parece, foi mais que isso. Foi a confirmação que o Benfica tem uma muito boa equipa, um excelente grupo de jogadores, que lhe permite encarar de frente um jogo destes sem três dos seus principais jogadores - e não me refiro evidentemente a Luisão e Júlio César, refiro-me a Gaitan, Jonas e Mitroglou -, toda a frente de ataque, e um grande treinador. Muito competente, muito capaz, sem precisar de se pôr em bicos de pés.
Porque - sejamos francos - não era provável eliminar o Bayern, uma equipa que dispõe de recursos técnicos e tácticos como nenhuma outra. Que conhece todos os segredos do jogo, que tem soluções - que varia e doseia como ninguém - para todos os problemas. Que ocupa o campo todo, não deixando um metro quadrado por utilizar. E que, como se tudo isto não fosse muito, nos momentos chave, quando um ou outro incidente do jogo o poderá marcar decisivamente, tem pelo seu lado quem pode decidir. Foi assim em Munique, num penalti que ficou por assinalar. E voltou hoje a ser assim, quando o árbitro holandês poupou o espanhol Javi Martinez à expulsão, evitando a superioridade numérica do Benfica no último quarto de hora, com a equipa galvanizada pelo golo (excelente, do Talisca) do empate.
Pena mesmo - mais ainda que aquela oportunidade perdida pelo Jimenez que daria o 2-0 logo a seguir ao primeiro golo - foi aquele miúdo de 18 anos, em noite de estreia na Champions e depois de uma recepção espantosa em plena grande área adversária, no último lance do desafio ter permitido a defesa a Newer. Teria sido ainda muito mais bonito...