Há clássicos a feijões?
Quase não parecia, mas hoje voltou a ser Dia de Cássico. Um clássico, por definição, nunca é a feijões, tem sempre qualquer coisa em jogo. Mas este de hoje teria certamente sido o mais a feijões dos clássicos a feijões.
Para o Benfica, mesmo assim, estavam duas coisas em causa. Em primeiro lugar, marcar, para não interromper uma série enormíssima de jogos consecutivos sempre a fazer golos. E, em segundo, prolongar também a série de jogos sem derrota. Tinha perdido no primeiro jogo, não conseguiu evitar que voltasse a perder no último…
Mesmo a feijões, e mesmo perdendo, o Benfica fez uma exibição agradável, em especial na segunda parte. Creio que não poderei ser acusado de parcialidade se disser que os melhores nacos de futebol que o clássico apresentou foram servidos pelo Benfica, na segunda parte. Na primeira foi notória a superioridade do Porto, alimentada por um golo logo à entrada - com o guarda-redes Paulo Lopes mal batido -, que não pela juventude e pela novidade da equipa que, como se esperava, Jorge Jesus apresentou.
Aos poucos o Benfica foi equilibrando o jogo, até passar para cima na segunda parte. Chegou ao empate na primeira jogada que criou com real perigo, que culminou num inédito penalti a favor no Dragão. Que só não quis dizer que também o árbitro Rui Costa já estaria a ser atingido pelos ventos de mudança que parece começarem a soprar porque pouco depois repôs tudo, inventando o penalti que definiria a vitória portista. De resto, ao não expulsar o Alex Sandro depois de uma inqualificável entrada – mais agressão que entrada violenta – sobre o Sálvio, e ao ver algumas curvas na linha (recta) final do Benfica, acaba por nos deixar perceber que, desses ventos de mudança, o árbitro do Porto não terá sentido mais que um simples bafo.
Durante toda a segunda parte se esperou que o golo acabasse por surgir, na sequência das muitas boas jogadas que se iam sucedendo. O Duricic esteve por duas vezes bem perto do golo, negado numa delas pela trave, e o resultado acabaria como acabara na primeira parte. Curiosamente o mesmo da primeira jornada. E do tal, de há um ano atrás...
Ainda bem que o Benfica ganhou ao Rio Ave na final da Taça da Liga. Não fosse isso e já hoje toda a gente diria que o Benfica não ganhava há três jogos… E sei lá se não começam por aí a dizer que só ganhou um dos últimos quatro!