Notícias do Sado
O Benfica tinha hoje mais uma prova difícil. Deslocava-se - e sabe-se como este ano se quis criar o mito das deslocações - a Setúbal, a um elogiado Vitória, quinto classificado da Liga. E sem Gaitan, o mais talentoso e o mais influente jogador da equipa.
Não se poderá dizer que passou com distinção. Mas quase, e o quase é afinal o segundo golo que sofreu, já mesmo no fim do jogo. Porque em futebol golear é sempre ganhar com distinção: 4 a 1 é uma coisa, 4 a 2 é outra. Mas ganhou com tranquilidade, sem sobressaltos, e sem que ninguém se lembrasse de Gaitan.
Houve certamente quem se lembrasse de Carcela, que nem assim tem lugar na equipa, e que provavelmente tem guia de marcha já assinada com data de Janeiro. Apenas um carimbo no atestado de incompetência passado às contratações desta época... E houve também quem se lembrasse que afinal Durjcic ainda cá está. E que sabe jogar á bola, coisa que, por exemplo, já ninguém se lembra se o Cristante faz ou não.
A verdade, e voltando a Carcela, é que o Benfica tem hoje três alas a jogar. E um quarto, o Salvio, prestes a regressar. Espera-se e saúda-se... Porque o Pizzi não é, como nunca tinha sido, o oito que o anterior treinador quis que fosse. É, como sempre foi, um ala. Com algumas particularidades, mas um ala. Como se está a ver, transformando-se no jogador com a influência que hoje tem na equipa, quando há pouco era um dos descartáveis, e o exemplo vivo das fraquezas do plantel.
E o oito, claro, já ninguém tem dúvidas: é o miúdo sensação, o Renato Sanches. Quer tudo isto dizer que da cidade do Sado chegaram também hoje boas notícias para o futuro do Benfica neste campeonato. Longe, apesar de tudo, de estar perdido. Com o que se está a ver, e com os desejados regressos do Sálvio e do Nelson Semedo, só fica a faltar, para tratar já em Janeiro - esperemos que finalmente de forma competente - um velho problema na lateral esquerda.