Ó Capitão! Estás em casa ou com a Selecção?
Fugindo um pouco à temática específica deste blogue, permitam-me esta pequena reflexão!
Como muitos leitores já se aperceberam, faço questão de escrever sem aquilo que se designa como acordo ortográfico. Mas hoje essa vicissitude vai dar-me ajudinha.
Na verdade, agora diz-se que se escreve seleção sem o indispensável "c" antes da cedilha. Mas talvez por um acordo inusitado e inócuo como este, o C de Cristiano também pôde ir para casa mais cedo. Sei que Tiago e Ricardo Carvalho também folgaram, mas capitão é capitão!
Sei que muitos me acusarão de uma míriade de atributos anti muitas coisas.
Na verdade, prefiro desde já considerar Messi como o melhor do Mundo.
Não obstante, reconheço as soberbas capacidades futebolísticas do CR7.
Contudo, atitudinalmente as coisas não têm corrido bem na minha opinião.
Numa bela jogada de Bernardo Silva, foi natural a tentativa do jovem jogador em rematar à baliza. O que vejo? Vejo o CR a protestar com ele com uma arrogância enérgica, qual menino birrento!
Depois, no fim do jogo com a Dinamarca, o CR já apareceu a falar à TV. Para quê? Para dar uma bicada a Paulo Bento, que (recorde-se) perdeu em casa um jogo com a Albânia no qual CR esteve também ausente (vá-se lá saber porquê.).
Mas o mais grave é que, precisando Portugal da vitória na Sérvia para sermos cabeças de série no sorteio de Dezembro para o França 2016, eis que o senhor Capitão abandona o barco e vai para casa com mais uns marinheiros sem justificação aparente.
Isto "vale o que vale" como agora se diz. Mas para mim, vale mais do que muito numa equipa. Apesar do estranho silêncio sobre este caso na generalidade das fontes opinativas, quero enfatizar que os jogadores que estiveram a lutar num terreno pesado na Sérvia e aguentando as agressividades dos jogadores sérvios foram uns verdadeiros capitães. Estiveram lá até ao fim do jogo e aquistaram o objectivo.
É lamentável que continuemos a proteger o vedetismo em deterimento do triunfo do colectivo.
Dizer-se que há união na selecção após casos como este pode ser perigoso. É que uns são filhos de Deus, outros são filhos de outra coisa qualquer...
E não pode ser sobre esta égide que podemos encarar o França 2016.
É preciso alinhar num verdadeiro espírito de equipa e o senhor Ronaldo tinha a obrigação em estar presente com todos os seus companheiros na Sérvia. Assim é que ele ganharia pontos na consideração daqueles que entendem a verdadeira acepção do vocábulo equipa: "equi" significa o mesmo, mas há alguns que insistem em querer ser diferentes dos demais, com a anuência da maioria dos portugueses.
Espero não ser o único a pensar assim!
Hélder Rodrigues