O Dolo Mole da omelete sem ovos.
Houve intencionalidade mas sem a intenção de prejudicar terceiros é o que me apetece dizer perante a mudança do jogo de Arouca para Aveiro. Com efeito, esta história precisa de ser bem contada. E não chega dizer-se que o Presidente é do Porto. É preciso saber o que pensam os jogadores, os treinadores e fundamentalmente os Arouquenses que vêem o brilho da festa mudar-se para Aveiro.
Parece-me no mínimo hilariante tomar esta decisão, justamente na coincidência do jogo em questão.
É certo que este é um caso diferente do Estoril-Benfica (basta ver os quilómetros) mas na ética e correcção desportivas esta realidade é discutível. O clube da Luz não precisava disso para conseguir ser bem sucedido, nem que seja necessária mais uma espectacular queda de Sulejmanni para promover um empate a duas bolas que valeram dois pontos.
Até por isso. É mais fácil cair em graça em Aveiro do que ser engraçado em Arouca...
A transparência exige transpiração e estou certo de que o Arouca teria muito mais orgulho em deixar o suor no palco onde fez a vida difícil ao Porto e ao Sporting. Lembre-se inclusivamente o David Simão que foi impedido de representar o Marítimo no célebre jogo da festa inusitada do ano passado. Isto se fosse na Madeira, mudar-se-ia para a Choupana por imposição do Jardim.
Porém, sempre com a certeza da não intenção de prejudicar terceiros. Prejudica-se a velha vítima: a verdade!
Hélder Rodrigues