Objectivo inegociável: done.
É por isto que o futebol é apaixonante, e resiste a todo o mal que lhe fazem.
O ambiente em Salonica, no campo (aquilo não é um estádio) do PAOK, era mais um adversário, em cima do resultado adverso levado de Lisboa. Na constituição da equipa, mais uma acha para a fogueira que se esperava - Seferovic. Que, mal sai a bola de jogo, a entrega a um adversário, obrigando André Almeida a fazer falta. E amarelo, aos 40 segundos!
Nos primeiros 4 minutos o Benfica não tocou na bola. Corria atrás dela, bem tratada pelos jogadores da equipa grega que, para além de atropelarem literalmente os adversários, ainda tinham tempo para jogar um futebol fluido e bem trabalhado. A partir daí, escapando ileso a esse início terrível, o Benfica equilibrou. Passou a ter bola, e a acercar-se com frequência da baliza adversária mas, ainda antes de fechado o primeiro quarto de hora, mais um mau passe, e mais uma falta, um livre de treinador, quase científico, e golo!
Ao quarto de hora de jogo, o pior cenário estava montado. Só que, cinco minutos depois, num canto de Pizzi, Jardel empatou. O jogo e a eliminatória.
Foi importante, mas não seria ainda aí que as coisas mudariam radicalmente. Seria cinco minutos depois, quando uma sucessão de três erros (dois deles do guarda-redes) da linha defensiva da equipa grega, acabou num penalti sobre Cervi, que Salvio converteria na reviravolta no marcador. Pouco passva de meio da primeira parte, e percebia-se que tudo tinha mudado e que deficilmente o Benfica falharia o objectivo inegociável.
Aos 39 minutos, numa jogada de futebol sensacional, produto acabado da sociedade Cervi & Grimaldo, Pizzi marcou o terceiro e acabou com os gregos, com as dúvidas e com o jogo. Por esta ordem.
A entrada na segunda parte só confirmou isso mesmo, a abrir logo com uma jogada de golo. Não deu golo, acabou em canto. E o canto em penalti - grande arbitragem do alemão que nos estava atravessado na garganta desde a final de Turim, com o Sevilha - com que Salvio, bisando, selava tudo o que havia para confirmar.
A partir daí, do jogo só se poderia esperar mais golos do Benfica. É certo que não os deu, mas oportunidades não faltaram. Só nos últimos 10 minutos o PAOK, e quando já jogava com menos um, criaria algum perigo. Ou melhor: alguma oportunidade para o Odysseas brilhar. Antes tivera uma bola na barra, mas até essa estava controlada pelo guarda-redes do Benfica.
Foi preciso muito tempo, tempo de mais, para a superioridade do Benfica vir ao de cima. Há nisso certamente mérito da equipa grega, e em particular do seu treinador. Mas, sem qualquer dúvida, foram as oportunidades falhadas há uma semana, na Luz, que criaram a ilusão que o segundo classificado do campeonato grego poderia afastar o Benfica da Champions. A alguns de nós, mas acima de tudo a eles!
No fim, tudo está bem quando acaba bem. Até mesmo a opção por Seferovic. Para quem diz que Rui Vitória não arrisca...