Os jogos têm 90 minutos divididos em duas partes
A Taça da Liga é uma competição desenhada para os grandes. Os quatro primeiros classificados do campeonato anterior são encaminhados para as meias-finais, ou para, agora, com mais pompa, a final four.
Creio que nunca lá chegaram os quatro. Desta vez lá estiveram o Vitória de Setúbal, no lugar do Sporting, e o Moreirense, no do Porto. Benfica, com a folha limpa, e Braga, com muita dificuldade e bastante sorte, acabaram por cumprir com o que era a sua obrigação. Lá estavam os únicos três vencedores da competição. E o Moreirense: o outsider que chega à final, com o Braga.
Porque ganhou ao Benfica, e logo por 3-1. Porque o Benfica tem-se dedicado a jogar apenas a metade de cada jogo. Se joga a primeira, desaparece na segunda, como fez hoje. Se não aparece na primeira, joga na segunda, como no último jogo.
O Benfica saiu para o intervalo bêbado com a superioridade que tinha exercido. Tão bêbado que se esqueceu que só estava a ganhar por um a zero. Tão inebriado que se esqueceu de regressar para a segunda parte. Deixou os rapazes do Morerirense a jogar sozinhos que, de repente e incrédulos, se viram a ganhar por 3-1. Em apenas 10 minutos, como com o Boavista, de má memória, com apenas dois remates - do primeiro golo só se percebeu que nem foi preciso rematar à baliza - o Moreirense marcou por três vezes.
Não importa que o segundo golo tenha acontecido porque ficou por marcar uma falta sobre o Eliseu. Nem as bolas nos ferros. Nem um penalti que ficou por marcar. Nem as seis ou sete oportunidades desperdiçadas no tempo que sobrou para jogar à bola. Agora importa apenas que o Rui Vitória consiga meter na cabeça dos jogadores que os jogos têm 90 minutos, divididos em duas partes, de 45 cada uma.
E que têm de ser disputados em cada minuto desses 90. Que as peladinhas, para brincar com a bola, ficam para os treinos. Mesmo assim só naquela parte de descompressão, no espaço de lazer que o trabalho ás vezes tem que ter.