Resposta à altura
A 16ª jornada levou o Benfica a Guimarães para disputar um jogo que é já um clássico do futebol nacional, sempre aguardado com grande expectativa, e sempre difícil. Desta vez talvez mais, ainda. Porque o Vitória está bem lá em cima na tabela classificativa, lado a lado com o Sporting, no quarto lugar. Porque atravessa uma fase excelente, tem uma boa equipa, muito bem orientada e a jogar bem. E porque a semana, como sabemos, foi bastante complicada, criando um ambiente muito crispado à volta do Benfica, que nada tinha a ver com o que se passava.
As expectativas não sairam frustradas: foi um grande jogo de futebol, onde o Benfica não entrou bem. Nos primeiros dez minutos sucederam-se muitos passes errados, levando o Vitória a recuperar a bola com grande facilidade e a partir com grande frequência para o ataque. Para agravar as dificuldades, e para que nada se estranhe nesta caminhada do Benfica, perdeu bem cedo Fejsa, por lesão. Mais uma!
A primeira grande oportunidade de golo acaba por surgir mesmo ao minuto 10, e para o Benfica, E o jogo mudou. Os passes passaram a sair no tom, e o Benfica assenhoriou-se do jogo. Tomou o controlo da partida para não mais o perder até ao intervalo, às portas do qual o Benfica faria o segundo golo e fecharia o resultado. O primeiro fora marcado ainda antes da primeira parte ter chegado a meio. Ambos sob a marca do regresso: do regresso de Jonas, e do regresso da dupla maravilha da época passada, com Mitroglou. Que fez o segundo, assistido pelo fantástico Jonas. Que fez o segundo, assistido pelo fantástico Jonas. Que fizera o primeiro, assistido por Salvio, depois do trabalho do grego que, com Jonas, é outro.
E falando de regressos há que referir o de Salvio, o de André Horta - que substituiu Jonas a meio da segunda parte - e o de Zivkovic (substituiu Salvio, já no último quarto de hora), se é que deste se pode falar de regresso. O que, se a lesão de Fejsa não representar o início de um novo ciclo negro (e neste momento, para não falar em lagartos, estou a bater com os nós dos dedos na madeira), dá conta da força com que o Benfica pode arrancar para a segunda volta.
Na segunda parte o Benfica abordou o jogo de maneira diferente. Mas nem tudo foi diferente. O Vitória voltou a entrar melhor, e nos primeiros 10 minutos teve as suas duas melhores oportunidades de golo; numa o remate saiu por cima, na outra o Ederson fez uma defesa daquelas que só os grandes guarda-redes fazem. O Benfica preocupou-se em controlar o jogo, em ter bola e fazê-la circular, em adormecer o jogo, para de um momento para o outro criar sobressaltos na defesa vitoriana. E acabou por ser o guarda-redes Douglas a impedir por duas ou três vezes que o resultado se mantivesse inalterado.
No fim, mais um obstáculo ultrapassado com grande capacidade afirmativa: a melhor resposta que, em nome do futebol, podia ser dada aos lamentáveis e vergonhosos acontecimentos dos últimos dias.