Se este era o mais fácil...
O jogo desta noite em Moreira de Cónegos não foi apenas o primeiro dos sete últimos jogos deste campeonato que, para chegar ao tetra, o Benfica não pode deixar de ganhar. Foi muito mais do que isso, até porque, como diziam os entendidos, este era o mais fácil desses sete.
É caso para dizer que, se este era o mais fácil, nem quero saber o que aí está para vir.
O jogo começou como tem começado a maioria dos que o Benfica tem disputado. É já um clássico: adversário fechadinho lá atrás, todos muitos juntos, sem sobrar espaço para jogar à bola nos últimos 30 metros do campo. E com os jogadores a correrem como nunca, a disputar cada bola como se fosse a última. Até aí nada de novo!
E o que houve de novo nem sequer foi novidade. A dimensão física para que o Moreirense empurrou o jogo, que levou a que os seus jogadores ganhassem praticamente todos os ressaltos, e quase todas as bolas divididas, não foi grande novidade. Como não foi novidade nehuma que os jogadores do Moreirense complementassem essas tarefas com o recurso a faltas sucessivas, quase sempre duras, dentro daquela visão de canela até ao pescoço que o Petit tem do futebol.
O jogo foi todo ele assim, nunca permitindo que o Benfica gozasse do mínimo de conforto. A verdade é que se o Moreirense fazia o seu papel, o Benfica, hoje com os importantes regressos de Fejsa e Grimaldo, nem tanto. Não fez tudo para conquistar esse conforto. Teve muita bola, mas poucas oportunidades de golo. Valeu, já a chegar ao final da primeira parte, o aproveitamento de um lance de bola parada, coisa que, como se sabe, é esta época uma verdadeira raridade.
Na segunda parte, mesmo que sempre em cima das mesmas bases, o jogo foi bem diferente. Foi mais selvagem, mais partido e menos controlável ainda. O Moreirense, mantendo aquelas bases do jogo, só tinha a ganhar em alargar a sua área de influência no campo. Passou a discutir o jogo no campo todo e teve duas ou três oportunidades que poderiam ter dado ao jogo outro resultado. Só no último quarto de hora, e em especial depois da entrada de Samaris, em substituição do Jonas, o Benfica controlou verdadeiramente o jogo, começando finalmente a ganhar corpo a ideia que os três pontos não fugiriam.
Não fugiram, permitindo aos jornais e às televisões voltarem a falar do regresso do Benfica à liderança. Quando lá está, e de lá não sai, desde a quinta jornada. Já lá vão vinte e três. E oito meses!