Seferovic? Para jogar bem, há melhor!
Não é normal jogar-se à quinta-feira para a Liga, em Portugal. Aconteceu ao Benfica, em Chaves, no arranque da sexta jornada, mas teve para não acontecer: a chuva diluviana que caiu em Trás-os Montes durante a tarde e o início da noite deixou, à hora marcada para o início do jogo, o relvado completamente alagado.
Tudo se resolveu numa hora, e pouco depois das nove e um quarto da noite já a bola rolava. E três minutos depois já descansava bem encostada às redes do Chaves, num belo golo de Rafa, a concluir uma espectacular jogada de contra-ataque: Sefereovic numa abertura espectacular para Cervi que, de pé no fundo, foi por ali fora até cruzar para a entrada de Rafa.
E o jogo mudava, logo quando acabava de começar. O Chaves teve de procurar assumir o jogo, e o Benfica parecia gostar das novas permissas. Só que as coisas complicaram-se com a lesão de Jardel, ainda mais porque Conti, que o substituiu, entrou mal no jogo. E acabou por sair pior...
Não foram no entanto muito mais que cinco minutos complicados, entre os 15 e os 20 minutos, quando Rafa atirou ao poste, e o Benfica voltou ao seu registo de superioridade sobre o adversário. Entretanto, e com alguma surpresa, o relvado aguentava-se e permitia um jogo interessante.
A segunda parte arrancou em bases bem diferentes das da primeira, e o Benfica voltou àquilo que têm sido os últimos jogos. Domínio claro do jogo, e sucessivas oportunidades de golo: quatro, só no primeiro quarto de hora.
Todas desperdiçadas, com especial destaque para Seferovic. Que até está a jogar bem, e que até foi decisivo nos dois golos da equipa. O problema é que para jogar bem, o Benfica tem muitos outros jogadores, e até melhores. Precisa dele é para marcar golos, e isso, ele não faz.
Quando assim é, quando se desperdiçam sucessivas oportunidades e se deixa o jogo em aberto, correm-se sérios riscos e permite-se que o adversário, a cada oportunidade perdida ganhe novo fôlego.
E o inevitável acabou mesmo por acontecer, da forma mais inacreditável. Não se percebe o que terá passado pela cabeça do guarda-redes do Benfica quando, num livre a 29 metros da baliza, prescinde de barreira - sim, colocar lá dois jogadores, não é barreira nenhuma - e permite um golo de todo inaceitável. A um quarto de hora do fim...
O Benfica já tinha perdido Gabriel, de novo por lesão. Abriu a nova época da lesão na Luz: quatro nos dois últimos jogos. Entrou Gedson, e como na primeira substituição, também não entrou bem.
Com o empate, Rui Vitória lançou Jonas. Mas voltou a ser Rafa, hoje de longe o melhor e finalmente com golo, a voltar a colocar o Benfica por cima no resultado. Faltavam seis minutos para os noventa, e não passava pela cabeça de ninguém que o Benfica não ganhasse o jogo.
Só que, três minutos depois, o árbitro João Capela, que já nos minutos finais da primeria parte transformara um penalti a favor do Benfica num livre fora da área, cobrado disparatadamente pelo Grimaldo, decidiu expulsar o central Conti. Com 10, e com a instabilidade emocional que uma expulsão sempre acarreta nesta fase do jogo, o Benfica permitiu o empate - de novo pelo arménio Ghazaryan (dois remates, dois golos), e de novo com a passadeira estendida, desta vez a partir dos espaços onde já não estava Conti - no último dos 5 minutos de compensação. O segundo em apenas seis jornadas que faz com que, muito provavelmente, chegue ao clássico, na próxima jornada, já atrás do Porto. Com muitas culpas próprias, mais ainda que as do inacreditável João Capela!