Sem Espírito de Pedreira Santa
A arte de delapidar é muito bela. Para além de bela, a mesma é bem mais complexa que o futebol. O futebol é demasiadamente simples e dispensa quem o pretende complexificar.
Entrar numa pedreira sem picaretas jamais será uma boa solução. Por vezes, não adianta termos boa ferramenta se não temos competência para a trabalhar.
Hoje, o FCP entrou meio perdido em campo. A par daquilo que fizera no Estádio da Luz, entregou o ouro ao bandido nos primeiros 40 minutos. Só aos 10 minutos de jogo é que Brahimi consegue o primeiro remate com relativo perigo.
Depois, o PENALTY da ordem que fica sempre por assinalar. É impressionante como aos 25 minutos, Hugo Miguel transforma um penalty claríssimo num canto favorável ao FCPorto. O Soares é claramente atingido no pé, uma vez que não toca na bola...Enfim, mais do mesmo.
É também impressionante como o jogador Pedro Santos consegue (tal como Pizzi) passar nos pizzis da chuva em 8 faltas claras para amarelo sem a devida admoestação.
Numas impressionantes 20 faltas do Braga contra as oito faltas do FCPorto, é possível ver-se a carência de garra nos azuis e brancos.
Destaque-se também a expulsão perdoada ao Fed que teve uma entrada clara para vermelho directo.
Foram necessários 55 minutos para começar a ver as picaretas a laborar. Com melhores ferramentas e trabalho pelas alas, foi possível perceber que as coisas são tão simples pela sua evidência e que não vale a pena complicar. Foram precisos apenas 2 minutos para o Porto causar fissura na pedreira com Brahimi a estar pertíssimo do golo! Afinal era ali que estava a picareta dourada. Na ala. Bem abertos pelos flancos.
Foi assim que o Porto encostou o Braga e partiu para o ataque, naquele que prometia ser o assalto final. Brahimi e Danilo podiam ter fechado as contas.
Não obstante esta força, más notícias vieram do banco e incompreensivelmente eis que o melhor pedreiro é retirado da labuta e depois retirado da pedreira propriamente dita...Enfim. É no que dá mexer no que está quieto!
Aos portistas gerou-se um amargo de boca. A luta do título está mais difícil, mas não impossível!
Há que acreditar sempre. Há que partir toda a brita. Todas as cartilhas e todas as manobras de diversão, designadamente na forma escandalosa como o Marítimo aceita jogar numa sexta-feira santa às 18:15, após ter jogado na Madeira na segunda-feira dessa mesma semana à noite. São todos uns santinhos. É uma vergonha pegada!
Vamos acreditar sempre. O título está um pouco mais longe, mas alcançável!
Força, Porto
Hélder Rodrigues