Em noite chuvosa de Reis, saiu a fava ao Porto. Num momento que era decisivo para não se afastarem do rival leonino, os dragões deixaram dois pontos no balneário. Nem com o apoio da claque que iniciou o jogo entoando o Hino do FCP, gerando um clima de consenso generalizado, a equipa foi capaz de encontrar soluções para ultrapassar uma verdadeira armada vinda de Vila do Conde. Após um primeiro golo que parecia anunciar uma festa bonita, eis que surge a fava num ressalto de bola que trai indelevelmente Iker Casillas. Esta equipa de Lopetegui personifica em toda a sua acepção a Lei de Murphy, ou seja quando tanto se pensa na desgraça e na maleita as coisas más acabam mesmo por acontecer. Para além de toda a carga negativa, junte-se-lhe um árbitro que se esquece de marcar penalties. Cai mais uma vez por terra a ideia de que os mais pequenos são mais beneficiados. Hoje o pequeno e encolhido Rio Ave foi beneficiado. No entanto, isso não explica tudo e parece-me que infelizmente a hora de Lopetegui chega ao fim. Não que ele tenha a totalidade da responsabilidade, mas efectivamente já não existem condições naquilo que é fundamental para uma equipa. Já não existe estabilidade emocional naquela osmose que se pretende salutar entre adeptos e a equipa. Quando as coisas chegam a este ponto, pouco mais há a fazer. São três jogos sem vitórias e penso que chega (lamento, porque sempre defendi a estabilidade), mas a margem de erro chega hoje ao fim. Venha de lá essa estrela que nos guie para novos caminhos. Que nos leve mais pelas alas sem a convergência pelo miolo! Força, Porto! Hélder Rodrigues!