Lstimável. Não há como dizer de outra forma!
O Benfica despediu-se da Champions da mesma forma lastimável como por lá passou. Sem honra nem glória. E só não foi também sem dinheiro porque, apesar de tudo, a Champions é generosa.
Perante um adversário que não é mais que um acidente da Champions, o Benfica repetiu, na primeira parte, tudo o que de mau tem feito nos últimos meses. Um Benfica deprimente, perante um adversário não menos deprimente, só poderia dar num jogo deprimente.
Como deprimente é ver como se está a destruir jogadores, uns atrás dos outros. Como jogadores de inegável qualidade se arrastam em campo, a passo, sem alegria, nem chama, nem alma... Como deprimente é ver dezenas de cantos e livres sucessivamente desperdiçados, sem que a bola chegue sequer à baliza do adversário.
A primeira parte foi isto. Para que fosse ainda pior, aconteceu a lesão de Rafa que, a par de Jonas, hoje poupado, é actualmente o jogador em melhor forma e o melhor marcador.
A segunda foi, a espaços, um pouco menos má. Nada de grande consistência. Porque não se vê trabalho na equipa, Seferovic tem de fazer de Jonas. É evidente que o internacional suíço nunca pode fazer o que faz Jonas, por muito que tente, como hoje se viu. E por melhor que jogue, como hoje fez. João Félix tem de fazer de Cervi ou de Zivkovic, bem encostado à linha, e bem longe do lugar onde se realiza e mais rende. E até quando, no desespero, se lança Castillo, não é para reforçar a presença na área, mas para o encostar à linha donde saiu o ala que substituiu.
Nos espaços dessa segunda parte em que a equipa conseguiu ser menos que deprimente ainda deu para criar quatro ou cinco grandes ocasiões de golo. Umas desperdiçadas por evidente falta de confiança, outras por excesso de azar, como aconteceu com as duas bolas de Seferovic nos ferros.
O golo, e a vitória que disfarça a deprimente participação do Benfica na Champions, acabaria por chegar já em cima do minuto 90. Na cobrança de um livre - finalmente - por falta (com expulsão, por segundo amarelo) sobre Gedson, há muito de rastos. Que não resultou de mais nada que da grande, e tantas vezes subaproveitada, capacidade de execução de Grimaldo.
Seguiram-se 4 minutos de compensação, que deram para ver um grande remate de Seferovic na barra, com a bola a cair sobre a linha de golo e, depois, para voltar a ver uma equipa assustada, insegura e sem categoria. A jogar contra 10!
É pena. Mas não há como dizer de outra forma...