Cristiano Ronaldo
Bola de Ouro - Melhor jogador do mundo 2013
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Bola de Ouro - Melhor jogador do mundo 2013
A selecção nacional está apurada para o Brasil. Tarde, mais tarde do que a sua valia colectiva merecia, mas dentro daquilo que é o nosso fado. Um fado onde cabem velhas crenças, mas também velhas estórias. Uma delas é a do cântaro, da fonte, e da asa que alguma vez lá haverá de ficar…
Não foi ainda desta vez que lá ficou. Não poderia mesmo ser desta vez: porque não há asa que se quebre quando no cântaro está um génio; e porque a selecção da Suécia vale bem menos do que o que se anunciava, e bem menos do que se temia.
No cântaro, como se fosse lâmpada, estava o génio de Cristiano Ronaldo. Que fez, de longe, o melhor jogo de sempre pela selecção nacional e certamente um dos melhores jogos da sua já longa e sempre brilhante carreira. Hoje em dia só não é o melhor do mundo porque não é deste mundo!
Defendi frequentemente no passado que Cristiano Ronaldo era o melhor jogador do mundo. Que Messi não era deste mundo, e não era por isso comparável. Hoje é claramente o português que não é deste mundo, e é injusta para Messi e Ribery a discussão que por aí corre, como desigual e injusto foi o duelo para que convocaram Ibrahimovic, apesar da forma digna e capaz com que hoje, na segunda parte, se apresentou. A mostrar claramente que a selecção sueca é ele próprio, que para além dele é o deserto.
Por isso se percebeu hoje que o jogo retraído e ultra defensivo de Lisboa não fora estratégia. Que é mesmo assim, que pura e simplesmente a selecção sueca não tem mais (futebol) para dar.
É certo que chegou a assustar, quando a vinte minutos do fim estava a um golo do apuramento e galvanizada pela reviravolta no resultado. Sol de pouca dura, porque neste jogo de grande emoção e muito bem disputado, a selecção nacional foi tudo o que foi nesta fase de apuramento. E sendo tudo isso, já fora até aquela altura tudo o que de mau tinha sido!
A selecção nacional parece ter querido fazer deste decisivo jogo do play-off um espelho do seu desempenho durante o torneio de apuramento. Começou o jogo com a displicência e a falta de dinâmica dos jogos em casa com a Irlanda e com Israel, numa apatia confrangedora que aquele episódio de Pepe parado, com a bola também parada durante largos segundos, tão bem ilustra. Depois de perceber que o adversário estava ali apenas para defender, passou a jogar à bola e a dominar de forma inconsequente o jogo, como fizera em Moscovo, no único jogo que perdeu. No início da segunda parte fez o golo e logo se acomodou, como fizera nos jogos com Israel, com idêntico resultado. Viu-se de repente na eminência de perder o apuramento, com toda a pressão do jogo. E aí, quando tudo aperta, ressurgiu no seu maior esplendor. E não foi só com Cristiano Ronaldo, embora tenha sido ele o comandante. Foi com muitos outros e com muito Moutinho...
Gostamos disto. Gostamos de sofrer até ao fim, achamos que a vitória assim tem mais sabor. Não é estratégia, não é o nosso modelo, a nossa maneira de fazer as coisas. É o nosso fado!
Ao longo dos anos, FC Porto, outras equipas nacionais, e Mourinho têm tido manifestas razões de queixa da UEFA. Ronaldo começa a ter razões de queixa grossas da FIFA, com o último deslize tresloucado e parcial de Blatter, que certamente não foi por acaso, mas corresponde a uma cultura ociosa e satírica de cúpula.
Há, notoriamente, um lóbi anti-português nesses dois organismos pela simples razão da inveja e da escala. Para efeitos europeus, a escala portuguesa parece desprezível e fazem-nos o desfavor de no-lo darem bastas vezes a entender, e muito mais nestes tempos de egoísmo e salve-se-quem-puderismo europeu.
No entanto, para efeitos do grande balanço histórico e da grande inveja entre as nações europeias relativamente a Portugal por causa da sua influência linguística, cultural e mesmo por causa da nossa expressão demográfica, não no rectângulo, mas no resto do mundo, Portugal e o enorme continente de afectos português têm um peso cada vez mais não desprezível nos espaços materiais e imateriais do Planeta, coisa que a França não tem, a Bélgica não tem, a Alemanha não tem, e muitos outros países europeus poderosos e ricos, manifestamente não têm nem terão.
Isso e um legado secular fora da Europa, no Oriente, em África, na América, na Oceania, ou seja, virtualmente em todo o lado porque estar em todo o lado sempre foi e continua a ser eminentemente português. Era preciso que tais países tivessem sido e feito, nos séculos passados, o que Portugal, Espanha e Reino Unido fizeram de ímpar no Planeta, sobretudo Portugal, atendendo às suas dimensões, e nenhum outro Povo pôde ou soube.
Posto isto, que a UEFA, a FIFA e todos os invejosos e desprezivos de Portugal se fodam e façam bom proveito.
Ninguém pode ser o melhor do mundo ao evidenciar a irresponsabilidade plasmada pelo CRamarelo. É inadmissível a atitude de um jogador que, sabendo que está em risco de exclusão, passa um santo jogo a prevaricar o árbitro. Por estas e por outras é que ele não chega lá. Fica aquém de tudo e todos, porque para sermos os melhores temos que ir além. Além da dor com a humildade de um lutador.
O CRamarelo não é um exemplo para ninguém e o Paulo Bento (que se diz muito equitativo) deverá tomar a decisão certa e não fazer de conta que nada aconteceu.
Na minha modesta opinião o CRamarelo, deve acompanhar os colegas até ao último minuto deste estágio. Caso contrário, a seriedade vê-se derrotada ante o xico-espertismo!
Hoje foi dia de os portugueses se manifestarem por todo o país contra este estado de coisas. Mas também foi dia de clássicos. De super clássico, em Madrid, e de clássico em Lisboa. Não do nosso clássico, mas do outro, em Alvalade!
O clássico planetário, em Madrid, confirmou que o Real de Mourinho está já bem por cima do Barcelona. Ganhou (2-1), mesmo prescindindo dos principais titulares, porque Manchester é já ali. Pela segunda vez na mesma semana, fazendo desta que é a pior época de Mourinho no clube merengue, a melhor no torneio especial dos confrontos com o Barcelona. Também Cristiano Ronaldo está a ganhar no eterno confronto com Messi. Mesmo hoje, que foi um dos poupados.
Batou-lhe meia hora em campo - entrou para a última meia-hora - para fazer mais, muito mais que Messi, na hora e meia. Mesmo que não tenha marcado, e que Messi tenha feito o golo do Barça...
Pouco a pouco Mourinho construiu uma equipa capaz de ser consistentemente superior à melhor equipa do mundo de todos os tempos. E lembramo-nos que no início, ainda há bem pouco tempo, a equipa entrava em campo para correr atrás da bola que os jogadores do Barcelona não largavam, quase sempre sem a cheirar... Como se procurasse um antídoto para um veneno que não conseguia sequer identificar.
Quando defrontava o Barcelona o Real era outra equipa!
Pouco a pouco percebeu que só conseguiria ser melhor se fosse melhor no que tem de melhor. Se não abdicasse da sua identidade. Assim foi, e assim é hoje melhor!
O clássico de Alvalade tem pouco história, apesar de Liedson. E de Ismaylov. O Porto teve a bola, mas foi o Sporting que criou as oportunidades de golo que o jogo teve.
Como um não criou oportunidades para marcar e outro, criando-as, desperdiçou-as todas – duas delas de forma escandalosa por Wolkswinkel, mas também o Carrillho e o Bruma deitaram fora boas ocasiões – não houve golos. Assim não pode haver!
Nem no forcing final, contra dez no último quarto de hora - o árbitro foi um tal Paulo Batista - e com livres, uns atrás dos outros, junto à área do Rui Patrício, o Porto conseguiu criar uma oprtunidade de golo.
Algo de importante: um idiota gritou Messi quando Ronaldo chegou à concentração da Seleção Nacional.
Existe futebol viril e existe futebol assassino:
A selecção nacional voltou a falhar: pelo segundo jogo consecutivo! Só que desta feita foi em casa e contra um adversário da terceira divisão europeia, que como credencial trazia um empate com o Luxemburgo, em casa.
E desta vez ninguém se salvou. Mesmo aqueles que nunca falham, hoje, falharam: Moutinho, Pepe, Cristiano Ronaldo…
A equipa voltou a não mostrar qualidade, e a verdade é que parece muito difícil que uma equipa que tem Hélder Postiga, Eder, Miguel Lopes, Rúben Micael … possa ter qualidade. Repare-se que bastou que faltassem dois dos jogadores titulares – Meireles e Coentrão – para que se levante claramente a questão da (falta de) qualidade!
As dificuldades na recepção da bola – e sabe-se como a recepção é determinante para a qualidade e fluidez do jogo – que se tinham identificado na Rússia não tinham, afinal, nada a ver com o piso sintético. No bom relvado do Dragão repetiram-se de forma ainda mais gritante: o problema não está no relvado, está na qualidade dos jogadores…
Mas também na mentalidade. Não é aceitável que, perante um adversário tão fraco, a equipa não tenha conseguido tomar consistentemente conta do jogo, imprimir-lhe intensidade. Mesmo depois de chegar ao empate, com bem mais dez minutos ainda para jogar, a equipa permitiu que fosse o adversário a controlar o ritmo e o tempo de jogo.
Também Paulo Bento está longe do seu melhor, com opções cada vez mais discutíveis e com critérios pouco compreensíveis. Por exemplo: é discutível que tenha deixado o Eliseu de fora, mesmo depois da lesão de Coentrão, quando preferiu chamar o Nelson, e não se compreende que tenha apostado em Nelson Oliveira, quando e como o fez para, agora, deixar de contar com ele.
O caminho para o Brasil começa a complicar-se. O primeiro lugar no grupo – aquele que garante o apuramento - começa a parecer impossível, até porque a Rússia continua a ganhar e sem sofrer golos (hoje ganhou ao Azerbaijão, em Moscovo, com um golo de penalti – inexistente, a falta existiu mas fora da área – já nos últimos minutos), mas essa é também a nossa sina. E a nossa história, afinal a selecção nacional tem assegurado a presença nas últimas fases finais de europeus e mundiais sempre através de play-off entre segundos classificados. O cliente tem sido a Bósnia, mas nem sempre assim será!
Foi triste este jogo número 100 de Cristiano Ronaldo. Parecia que este era mais o jogo cem de Cristiano Ronaldo do que um jogo fundamental para o apuramento para o mundial do Brasil. Afinal, mais que o jogo cem este foi um jogo sem: sem alma, sem chama, sem qualidade e … sem a anunciada Grândola Vila Morena…
Anunciada para o segundo 12 do minuto 20, faltou. Fica a ideia que a política nunca quer perder o futebol, mas que o futebol não quer nada com a política…
No final do jogo de ontem, conhecido o desfecho da chamada lotaria dos penaltis – não é assim tão lotaria, é última forma de decisão, quando todas as outras falharam, é um ponto alto do espectáculo, e creio mesmo que, a curto prazo, o prolongamento será abolido porque não serve ao espectáculo, e é, cada vez mais, um teste importante à capacidade técnica e mental dos jogadores - quando as câmaras se dividiam entre as caras felizes dos jogadores espanhóis e as de desiludidas dos portugueses, privilegiando evidentemente Cristiano Ronaldo, percebeu-se no seu movimento labial este desabafo: “Que injustiça”!
Que injustiça – a eliminação de Portugal?
Que injustiça – não ter tido a oportunidade de marcar o seu penalti?
Somos os primeiros. Os primeiros a entrar às portas das meias-finais!
A selecção nacional até voltou a entrar mal. Entrar mal é um eufemismo, porque esteve mal durante toda a primeira parte, apenas disfarçando nos últimos minutos da primeira parte, quando podia até ter marcado naquele remate ao poste de Cristiano Ronaldo. Que, com mais um na segunda parte, à sua conta, já leva quatro. Esse título já ninguém certamente lhe tira!
A equipa não esteve bem, nem perto disso. Quer colectiva quer individualmente, onde apenas Coentrão e Pepe – sempre ele – estiveram em bom nível, apesar de os minutos finais terem dito que Cristiano Ronaldo não estava ali para passar ao lado do jogo. Mal Raul Meireles e, muito mal, João Pereira. E não foi apenas durante os primeiros vinte minutos, como diria Paulo Bento. É certo que é aos 25 minutos que a equipa nacional constrói a sua primeira jogada de ataque, mas logo a seguir surgem os amarelos a Nani e a Veloso. E a única jogada de perigo da equipa checa, através da também única corrida dos 100 metros de Selassie, o tal lateral direito de que aqui falara.
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