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Dia de Clássico

Visto da bancada Sul

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Visto da bancada Sul

25
Abr16

Decisivo? Decisivo é o próximo!

Eduardo Louro

 

 

Era mais ou menos consensual que o  jogo de hoje, em Vila do Conde, era decisivo para as contas do campeonato. Ganhando-o, como aonteceu, o Benfica não deixaria fugir o título desta época: o tri, que foge há 40 anos. O 35!

Lembro-me - lembramo-nos todos os benfiquistas - que há três atrás também se passou qualquer coisa semelhante. Então na Madeira, no jogo com o Marítimo. Como hoje, o Benfica ganhou. Como hoje, ficavam a faltar três jogos: dois em casa e um fora, como hoje. No jogo seguinte, na Luz, o Estoril, com um empate, estragou a festa. O resto da história já se conhece...

Começo por aqui exactamente para dizer que este jogo de hoje era tão decisivo como será o próximo. Era o mais importante porque era o próximo. Agora é o próximo, na sexta-feira, na Luz, com o Vitória de Guimarães!

Se o Benfica tinha - e queria - ganhar este jogo, o Rio Ave não queria mais que empatá-lo. Desde cedo se percebeu isso. Mesmo sendo dada como uma das equipas que melhor futebol pratica neste campeonato, o Rio Ave não fez nada de muito diferente do que têm feito os últimos adversários do Benfica: só defendeu... e queimou tempo. É certo que não defendeu como os dois últimos (Académica e Vitória de Setúbal), com dez jogadores à frente do guarda-redes. Tem outros argumentos, e conseguiu na maior parte do tempo defender um pouco mais á frente. Também não foi tão exuberante a queimar tempo, mas fez bem a sua parte....

O Benfica, que queria e tinha de ganhar o jogo, não foi mais competente - tem de dizer-se - que o Rio Ave na perseguição aos seus objectivos para o jogo. Entrou logo com uma grande oportunidade, mas depois, até ao fim da primeira parte, só conseguiu criar mais outra. Com pouca velocidade, com Renato Sanches e Pizzi longe do que têm feito, e com a bola a sair das alas sempre bem antes de chegar à linha final, o Benfica não conseguia desiquilibrar a certinha equipa do Pedro Martins.  

Na segunda tudo foi diferente. Ao conseguir meter mais velocidade - e com a subida de rendimento do Renato - o Benfica encostou o Rio Ave lá atrás. Que passou a defender com toda a gente em cima da área e, como sempre que assim é acontece, os erros começaram a aparecer. E as oportunidades de golo, umas atrás das outras... Até ao golo, na menos construída das muitas oportunidades. E no maior de todos os erros da equipa que não os cometia...

Porque é assim que se ganham os jogos: indo para cima do adversário, envolvendo-o, obrigando os jogadores adversários a sair das suas posições, a correr atrás da bola, a perder a concentração. Os decisivos e os outros!

É isso que a equipa tem de continuar a fazer nos três (já agora, nos cinco, porque a Taça da Liga também conta) jogos que faltam. O resto é com os adeptos, que continuam a encher todos os campos por onde o Benfica passa. E a Luz, como voltará a acontecer já na sexta-feira.

   

06
Mai13

Coisas que não se percebem

Eduardo Louro

Posso perceber que se falhem muitas oportunidades de golo. Posso perceber que a sorte, em certas ocasiões, vire as costas. Posso perceber que o jogo do título tivesse sido o do Funchal, com o Marítimo. Posso perceber que esta seja a fase mais terrível da época. Posso perceber que os jogadores não sejam máquinas…

Mas tenho uma enorme dificuldade em perceber que, nesta fase terrível, em que todos os jogos são decisivos, se inicie a partida a um ritmo demolidor, numa pressão asfixiante, se criem sucessivas oportunidades de golo e, dez minutos depois, sem que qualquer golo tenha surgido, se desligue o botão. E se permita que o adversário passe a chegar primeiro a todas as bolas, passe a ganhar todos os ressaltos, passe a ganhar todas as bolas divididas e passe a ser o dono da bola. Tudo isto com um estádio cheio, com a equipa ao colo... 

Na retina não ficam as inúmeras oportunidades de golos criadas e desperdiçadas pelo Benfica. Nem os erros da arbitragem, nem o frango do Artur. Nem o regresso do Carlos Martins aos seus tempos do Sporting, que julgávamos definitivamente enterrados. Na minha memória ficam aquelas imagens dos últimos minutos, quando se esperava um Benfica a fazer das tripas coração para chegar ao golo da vitória, com Gaitan metido na defesa, uma defesa a três a contas com sucessivas avalanches de quatro e cinco jogadores do Estoril. Ou Matic, sozinho a correr atrás deles…Ou Rodrigo, fresquíssimo, a deixá-los fugir… Ou Sálvio a ir, já sem conseguir vir… Ou Lima como ainda não tínhamos visto…

Espera-se que recuperem rapidamente. Têm quatro dias, nem mais um. Porque, ao contrário do que toda a gente esperava, lá se vai decidir tudo no Dragão, no próximo sábado. 

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