O Benfica vai hoje a votos. Pelo que a esta hora se sabe, a afluência estará tão longe de bater recordes quanto de ser uma decepção. Longe da compreensível mobilização das eleições de há doze anos, quando foi preciso correr o pano sobre o período mais negro da sua História, e provavelmente aquém do esperado para uma disputa a dois.
Não será porventura grande a mobilização da nação benfiquista para estas eleições: a campanha não foi entusiasmante, antes pelo contrário. Foi, no meu entendimento, desinteressante e de pouca utilidade. À boa maneira de tudo o que é eleições em Portugal, viveu de sound byte, da demagogia e de populismo. Mas passou ainda das marcas, com o debate num nível muito baixo, centrado no ataque pessoal, que acabaria numa espiral de violência verbal que não enobrece os candidatos. Nem o Benfica!
Ainda bem que tudo acaba hoje. Corria-se o risco de não saber até onde chegaria esta espiral de demagogia. Luís Filipe Vieira já não faz a coisa por menos: 3+1+50. Quer ele dizer que os próximos quatro anos são para ganhar 3 campeonatos, 1 competição europeia e 50 títulos nas modalidades. Rui Rangel não foi tão longe – não poderia ir – mas também não ficou aquém ao prometer o título já para este ano. Do mal, o menos, e ainda bem que isto acabou aqui: corriam-se riscos de fortes contributos para o anedotário do clubismo nacional e de encher um certo bloco de notas, pronto a usar para memória futura.
A única coisa séria que sobrou desta espécie de debate foi mesmo a dos direitos de transmissão televisiva, e a ruptura com a Olivedesportos. Mas, apesar de me parecer que em regime pay per view não seja muito difícil superar os valores oferecidos por Joaquim de Oliveira, até disso tenho dúvidas: não serei certamente dos mais surpreendidos se daqui por um mês ou dois houver uma reviravolta e tudo acabe por ficar na mesma…
É por isto que o meu voto, desta vez, é um simples voto de que mais nada sobre desta campanha eleitoral que os próprios resultados da eleições, pacífica e democraticamente aceites por todos os benfiquistas. Com votos de que melhores dias venham…
PS: Afinal, e para surpresa minha, a afluência às urnas acabou por ser a maior de sempre. Ainda bem!