Enguiço quebrado
FRANCISCO LEONG/GETTY
Enguiço quebrado no derbi. Na última oportunidade, a vitória que faltava e que não podia mesmo ficar a faltar. Hoje o Benfica não podia falhar e não falhou. E não falhou porque contou com a sorte que nos outros clássicos sempre lhe faltou.
As coisas até não começaram lá muito bem no que a sorte diz respeito, com a lesão do Júlio César, a fazer que o Benfica estreasse em Alvalade um miúdo de 19 anos na baliza. Depois de todas as voltas que Rui Vitória teve que dar com as sucessivas lesões, calhou-lhe agora dar mais uma volta por cima com mais um miúdo. Agora na baliza...
E foi assim, com um miúdo na baliza, outro no centro da defesa e ainda outro no centro do campo, que o Benfica entrou em campo. E sem perder tempo desatou a jogar à bola, sob o comando do mestre Jonas (não marca nos jogos grandes, não é?). Na primeira meia hora o Benfica jogou à bola, e o Sportig limitou-se a ver jogar. Simplesmente o Sporting não existiu na primeira meia hora. O que fez foi interromper com faltas sucessivas as saídas do Benfica para o ataque, sempre com a complacência do melhor árbitro português.
Na segunda parte as coisas foram diferentes. Até porque começou logo com um amarelo a Jonas por fazer o mesmo. E o Sporting teve alguns momentos - não muitos, é certo - de bom futebol. E teve duas grandes oportunidades de golo, uma delas num falhanço incrível do Bryan. E foi assim porque o Benfica deixou que fosse assim, optando por abdicar do ataque durante quase toda a segunda parte.
E pronto, aí está o Benfica isolado no primeiro lugar pela primeira vez nesta temporada. Inimaginável há dois ou três meses atrás. Nada está ganho, mas é melhor estar à frente. E é nesta altura que as coisas se começam a decidir.
PS Uma correcção: O guarda redes Ederson Moraes, sobrinho do Artur Moraes, tem 22 anos e não 19. Não é sequer o mais novo guarda redes a defender a baliza do Benfica num derbi em Alvalade. Antes já o tinham feito Moreira, com 20 anos, e Oblak, com 21. É esta a verdade, que não altera significativamente nada do ficou escrito, mas que requer o nosso pedido de desculpas.