Limpeza final
A notícia faz capa em dois jornais do Porto, afectos ao FCP, e o destaque que "O Jogo" lhe dá é natural.
Uma década depois, o Conselho de Justiça (CJ) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) ilibou Pinto da Costa no processo que a investigação judicial deu a conhecer por "Apito Dourado" e que a Justiça desportiva, diria agora que premonitoriamente, chamou "Apito Final".
Na altura, vai para 10 anos, a Justiça desportiva, então na Liga de Futebol Profissional, condenara Pinto da Costa com uma multa de 10 mil euros e com dois anos de suspensão. Punira o FCP com a perda de seis pontos nessa época temporada, que não tinha qualquer efeito na classificação, e com a multa de 150 mil euros. E suspendera o árbitro Augusto Duarte por seis anos, por corrupção na forma consumada.
Agora, 10 anos depois, com a Liga presidida por Pedro Proença, a Justiça desportiva, já na Federação presidida por uma das personagens envolvidas no fornecimento de deusas (ouvir aqui), anula todas as condenações. Como se obrigada aos mesmos constrangimentos técnico-formais, recorreu ao mesmíssimo argumento da ilegalidade das escutas telefónicas que a Justiça usou para arquivar o processo, e declara que o Apito Dourado acabou. Nem chegou a existir...
Está cumprida a primeira parte da missão de Fernando Gomes na FPF. As restantes já não são difíceis de adivinhar...
E quem julgava que as encenações dos e-mails se destinavam apenas ao assalto que aí vem, ficou a perceber que não. Que, conforme bem se percebia, tinham como primeiro objectivo preparar a limpeza final do apito dourado.
Apagam tudo. Tudo menos aquilo que sabemos que fizeram. As gravações estão aí e não se apagam!