Os regionalistas de ocasião, que procuram misturar a identidade de um povo com um clube de futebol, têm por marco de vida o Jamor - é aquele estádio, lá em Oeiras, numa expressão suprema do centralismo sulista, elistista e liberal, como em tempos alguém terá dito.
Nunca dei para esse peditório porque me parece, ao contrário do que pensa Menezes, que a solução está nas autarquias e não nas regiões, isto é, sou mais favorável a um estado forte e curto, mas que, sem regiões, transfira competências para as Câmaras Municipais.
Também não sou adepto de opções deterministas - és daqui tens que ser assim, se és filho de pobre, pobre serás, se és filho de... Nunca.
Se calhar, por isso, sou um convicto TRIPEIRO BENFIQUISTA!
Por isso, também, sou um defensor da Final da Taça no Jamor - e só quem lá vai, viver a Taça, a festa que acontece antes. As febras, os garrafões, os churrascos, a partilha entre uns e outros. É assim desde que me lembro e sempre foi assim nas três finais a que assisti: com o Boavista, com o Sporting e, agora, com o Vitória de Guimarães.
Acho que não vale, de todo, a pena perder o Jamor para trocar por um qualquer cidade de Coimbra ou o Algarve ou...
Era tirar piada à coisa.
Até pelo que se viu ontem, ser de Lisboa e jogar a Taça em Oeiras não é uma vantagem só por si, tal como não foi as duas experiências azuis nas Antas, creio que com o Leixões e com o SPORT LISBOA E BENFICA.
O Jamor é um espaço único e faz todo o sentido que a Taça de Portugal lá continue!
De resto, a relação entre Benfiquista e Vitorianos foi absolutamente cordial. Confesso que saí do estádio quando o jogo terminou, mas também não nos peçam o impossível. Fiquei triste quando soube que a minha equipa não tinha ficado no relvado para ver a entrega do troféu ao adversário.
Enquanto sócio do Sport Lisboa e BENFICA, peço desculpa aos sócios do Vitória.