Chega! Basta!
Haja respeito pela pessoa! Jamais um jornalista se pode dar ao luxo de profetizar o destino de alguma pessoa, à guisa das audiências ou seja lá do que for!
Um jornalista deve numa perspectiva deontológica limitar-se a transmitir factos, evitando as opiniões que emitem juizos de valor.
Não me recordo de ter visto nenhum treinador ser tão maltratado como Lopetegui em Portugal. A pessoa Lopetegui tem família e filhos. A questão ultrapassou todos os limites do aceitável à boleia do futebol. Somos um país de emigrantes e parece-me perigoso enxovalhar assim todos os dias um indivíduo como o Basco, o Espanhol ou mesmo trocar-lhe as sílabas do seu nome. É péssimo o exemplo que se transmite para os mais jovens. É isto que queremos? É isto, Hilberto Jugo?
Já nas conferências de imprensa de Julen Lopetegui a Antena 1 faz uma vergonhosa tradução simultânea, sobrepondo-se à sua voz, como se de um chinês se tratasse. Sinceramente não me recordo que tenham procedido de igual forma com Camacho, Quique Flores ou Trapatoni...é lamentável.
No Trio de Ataque de 3 de Janeiro de 2015 foi-se longe demais. É por isso que eu gostava mesmo que esse putativo espirro se tornasse Campeão Nacional. É por isso que este campeonato poderá ser ainda mais saboroso, porque desta feita muitos mais teriam que se ajoelhar perante a ridícula conduta.
Ainda neste programa em troca de 0,60 cêntimos mais IVA já se perguntava pelo substituto de Julen Lopetegui, quando este não se demitiu. É uma tremenda falta de respeito pela pessoa (repito) e pela Instituição que a mesma representa.
Se estivesse no lugar de Miguel Guedes, levantar-me-ia e sairia do programa.
Aliás, o comentador equivocou-se alegando que Lopetegui se referiu ao Porto como OPORTO. Com efeito, o treinador do FC Porto tentou pronunciar com o seu sotaque o artigo definido português "O" que soou a "ó". Nervoso, Lopetegui quis claramente dizer o Porto e não OPORTO.
Já dizia o poeta que mais vale ficarmos em silêncio do que sermos vítimas das nossas palavras e o português de Gondomar Hugo Gilberto foi longe demais.
Força, Porto!
Hélder Rodrigues