Isto é de treinador...
Sendo o primeiro a entrar em cena, ou o último, sempre a mesma resposta. A pressão é apenas a de jogar bem e ganhar. De ganhar bem, por muitos... Categoricamente, sem qualquer sombra de dúvidas. Sem penaltis, nem cotoveladas, nem Tonel... Com tranquilidade, sem confusões no banco. Com árbitros, árbitros assistentes e quartos árbitros em paz... Por três, quatro, cinco ou seis. Jogo após jogo.
É isto, este Benfica. Uma máquina de jogar bom futebol e de marcar golos. Que pega no jogo logo que a bola sai do centro do campo, tocada pela primeira vez, e empurra o adversário lá para trás, encosta-o às cordas e sufoca-o até que comece a cometer erros. Uma espécie de semear terror para colher medos, numa fantástica história cantada numa bela peça de ópera.
Olhando para trás, e apenas para os últimos seis anos, que guardam o melhor da História do Benfica do último quarto de século, e imaginarmos qualquer dessas equipas sem Luisão, Gaitan, Salvio e Maxi (era o que havia, não havia Nelson Semedo). Sem o trinco, fosse lá quem fosse. Sem capitão. Tudo ao mesmo tempo, seria imaginar um cenário de terror. Neste Benfica é apenas mais uma etapa de crescimento, uma oportunidade a dar a novos jogadores, a forma de atingir novos patamares de exigência... Em qualquer desses gloriosos anos, com dois dos três centrais lesionados, recorrer-se-ia sempre a outro dos consagrados. Geralmente recuava o trinco: lembramo-nos de Katsouranis, de Javi e de Fejsa. Neste Benfica, vai-se procurar outro central, tenha lá a idade que tiver. E a experiência que tiver...
Isto, meus amigos, isto é de treinador. Este Benfica, é este Benfica por ser o deste treinador. É mérito indiscutível de Rui Vitória que, à medida que foi - também ele - ganhando confiança, se libertou de tudo o que o peava e se soltou de todas as amarras. Internas e externas!
A propósito: alguém imaginou ver este Mitroglou? Ficou-lhe mesmo bem, este hat-trick do Restelo...
PS: Não preciso que ninguém me venha dizer que também eu bati em Rui Vitória. Bem sei que sim. Com a mesma convicção e o mesmo sentido de justiiça com que agora o coloco nos píncaros.