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Dia de Clássico

Visto da bancada Sul

Dia de Clássico

Visto da bancada Sul

16
Jan21

Voltou a ser DIa de Clássico

Eduardo Louro

Este foi um clássico diferente dos anteriores, e especialmente muito diferente do último, há menos de um mês. O Benfica está a melhorar, está a melhorar a sua qualidade de jogo, como se vinha tenuemente percebendo nos últimos dois jogos, melhorou a sua consistência e melhorou muito a atitude.

O Benfica hoje surgiu no Dragão sem medo, com vontade de lutar pelo jogo, com a agressividade que ainda se não tinha visto e, a espaços, com bom futebol. Igualando o Porto na competitividade e e na capacidade de disputar a bola e os espaços. E quando assim acontece, porque globalmente, em grande parte das posições tem melhores jogadores, é melhor que o Porto. E em grande parte do jogo foi muito melhor.

O Porto entrou à Porto, mas rapidamente o Benfica mostrou que é melhor. Logo aos 8 minutos, na primeira vez que contrariou a entrada à Porto do adversário, e chegou à baliza adversária, criou a primeira e clara oportunidade de golo, desperdiçada por Seferovic.

Perceberam-se então as surpresas de Jorge Jesus na constituição da equipa. A entrada de Nuno Tavares,  para o lado esquerdo em simultâneo com Grimaldo, e a própria inclusão de Seferovic. Ambos tinham sido titulares, e jogado praticamente o tempo todo, no jogo da Taça, com o Estrela. E, diziam os entendidos, quem tinha feito esse jogo, não seria hoje titular.

Percebeu-se que o poder físico de Nuno Tavares era importante para enfrentar Marega. Que a capacidade técnica de Grimaldo era importante para jogar em zonas mais interiores, como se viu no golo. E que a profundidade que Seferovic pode dar ao jogo era também importante para esta partida.

Desta vez Jesus não inventou. Acertou.

A partir desse minuto 8 a superioridade do Benfica foi sempre clara, e poderia ter-lhe permitido chegar ao intervalo claramente na frente do marcador. Para além do golo de Grimaldo, muito bem construído, e logo aos 17 minutos, o Benfica dispôs ainda de mais três claras ocasiões de golo. Uma delas numa jogada extraordinária, com a bola a sair de Vlachodimos, a passar por vários jogadores e pelo campo todo, sem que os jogadores do Porto a cheirassem, e a acabar, rematada pelo Darwin, no poste da baliza de Marchesin, já depois do golo do empate do Porto.

Que tardou apenas 8 minutos relativamente ao golo do Benfica. Um daqueles golos que não se podem sofrer, numa das raras oportunidades do Porto, num erro colectivo, de total desconcentração - resultou de um lançamento da linha lateral - mas também individual. De Gilberto que, primeiro, é passarinho dentro da área face a Corona e, depois, fica deitado no chão, colocando Marega em jogo, o que lhe permitiu desviar para o poste, e  daí para a baliza, o remate de Taremi que ia para fora. 

Nem se percebe como é que o golo foi atribuído ao iraniano.

O Porto atrasou o regresso para a segunda parte, deixando a equipa do Benfica à espera no relvado. E percebeu-se que, face ao que se tinha passado na primeira parte, trazia ideias de empurrar o jogo para a quezília, variante em que se sente como peixe na água. O primeiro quarto de hora foi passado assim, no meio do lamaçal da quezília. E da fita, tão cara aos seus jogadores.

Começou a poder-se jogar futebol, e mesmo assim a espaços, aos 60 minutos. E o Benfica jogou-o sempre que pôde, sempre melhor. O jogo pedia então Waldshmidt, mas Jorge Jesus achou melhor fazer entrar Chiquinho, deixando o avançado alemão apenas para os últimos minutos. Talvez o seu maior erro neste jogo.

Pouco mais de dez minutos depois, o árbitro Luís Godinho, que assinalava faltas e faltinhas aos jgadores do Benfica, mas sempre mais condescendente com os do Porto, não viu (o que toda gente viu) que Taremi teve uma entrada sobre Otamendi para vermelho directo. Era tão evidente que não podia passar despercebida ao VAR, e o jogador do Porto lá foi para a rua. E o domínio do Benfica acentuou-se ainda mais, com Sérgio Conceição a reforçar a defesa e, acantonado lá atrás, a refinar o seu futebol de pontapé para a frente e a estratégia de queimar tempo.

O árbitro deu 8 minutos de compensação, que não compensou nem com um segundo, nem com as substituições que o treinador do Porto efectuou nesse período. E assim acabou num empate um jogo que o Benfica poderia ter ganho por larga margem.

O mesmo resultado que o Sporting alcançou com o Rio Ave, em Alvalade. Pelo que, para os três primeiros, ficou tudo na mesma. Mesmo que a exibição personalizada e competitiva do Benfica deixe entender que nada está na mesma. 

03
Mar19

O clássico confirmou um Benfica enorme

Eduardo Louro

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Voltou a ser Dia de Clásico e, como se esperava - esta equipa é como o algodão, não engana - o Benfica foi ao Dragão confirmar que está, e que é, melhor que o Porto. 

Num grande jogo, intenso, muito disputado e na maior parte do tempo muito bem jogado, o Benfica foi enorme. A grande a expectativa para este jogo era a de saber como o Porto iria entrar. Se, aproveitando o ambiente do Dragão, iria entrar pressionante, a roubar todos os espaços ao Benfica e a disputar todas as bolas, e isso quereria dizer que acreditava que era melhor e que não temia o adversário. Não entrou assim, tentou apenas dividir o jogo, parecendo entender que isso seria correr riscos. E com isso mostrou receio do Benfica!

O Benfica entrou como tem entrado em todos os jogos, instalando logo no relvado do Dragão o seu futebol. E com isso apropriou-se  do melhor futebol que o jogo tinha para dar, e foi sempre superior. 

Nem o golo do Porto, logo aos 18 minutos e irregular - o Pepe, em fora de jogo, baixou-se para a bola seguir para dentro da baliza - , alterou os dados em que o jogo estava lançado. O Benfica já era superior, Casillas já tinha negado dois golos, e o árbitro Jorgr de Sousa já tinha perdoado um penalti ao Porto, por falta clara sobre Pizzi, na área.

O empate, por João Félix, surgiu com toda a naturalidade apenas oito minutos depois do golo mentiroso do Porto. E os vinte minutos que tardaram até ao intervalo continuaram  a ser de clara superioridade técnica e táctica da equipa de Bruno Lage. Do Porto pouco mais se viu que pequenos detalhes, entre os quais o de Pepe fazer de Felipe um santinho...

A segunda parte não abriu em moldes muito diferentes, mesmo que o Porto começasse a mostrar que pretendia equilibrar a contenda. Aconteceu que a primeira oportunidade da segunda parte pertenceu ao Benfica, numa jogada de grande qualidade concluída por Rafa, já a imagem de marca desta equipa. Estavam jogados apenas sete minutos neste período complementar.

O Porto reagiu à desvantagem, é certo, mas sem nunca assegurar o domínio do jogo. Só verdadeiramente incomodou, e criou uma ou duas oportunidades, nos últimos 15 dos 94 minutos do jogo, quando Jorge de Sousa expulsou o melhor jogador em campo. Gabriel nunca tinha jogado com o Porto, e provavelmente não sabia que neste jogos a mínima distracção é a morte do artista. Reagiu à provocação do Octávio - quem havia de ser? - e foi para a rua. Coisa que não aconteceu, nme nunca aconteceria, a Alex Telles, a Pepe ou a Brahimi...

Bruno Lage ("agradeço aos jogadores que estão a fazer de mim treinador" - é a frase que vai marcar este campeonato) tratou bem do assunto: trocou Pizzi por Gedson, Rafa por Corchia, para dispôr de André Almeida no meio, e João Félix por Cervi para ajudar a fechar nas alas  Em inferiorodade numérica nos de 15 minutos, o Benfica mostrou que, com 10 ou com 11, é sempre uma verdadeira equipa.

Em nove jogos, o Benfica de Bruno Lage e dos seus miúdos, ganhou 9 pontos ao súper Porto do súper Sérgio Conceição. De 7 de atraso, a 2 de vantagem. À média de 1 ponto por jogo. Notável e fora de todas as cogitações há dois meses atrás!

 

22
Jan19

(V)AR da sua graça

Eduardo Louro

Polémica no Benfica-FC Porto: Pizzi empatou mas golo foi anulado por fora de jogo

 

Foi um grande jgo de futebol, este clássico em versão meias finais da Taça da Liga. E, se não foi uma grande exibição do Benfica, também não andou lá muito longe. 

Não lhe valeu de muito, porque não evitou a derrota, a primeira de Bruno Lage. Injusta, e tão mais injusta por ter sido ditada pela inaceitável anulação do segundo golo do Benfica, por um fora de jogo inexistente que o árbitro assistente assinalou sem qualquer motivo, e que o VAR não quis contrariar. Vá lá saber-se por quê.

Estava então a primeira parte no fim, e o jogo teria ido para intervalo empatado a dois golos. Que seria o resultado justo para uma primeira parte jogada a alto nível, com uma intensidade rara no futebol que se joga em Portugal, se outras anormalidades não tivessem acontecido.

Não foi assim, e a segunda parte iniciou-se mesmo com o Porto a ganhar. Nada que levasse os jogadores do Benfica a desistir de ganhar o jogo. Logo no arranque Seferovic, isolado e com o guarda-redes do Porto batido, podia ter refeito o empate, mas a bola acabou por sair a milímetros do poste direito. Pouco depois seria João Félix a fazer o mesmo, ainda dentro dos primeiros cinco minutos da segunda parte.

Não foi por falta de oportunidades de golo que o Benfica não ganhou o jogo. Na segunda parte esteve sempre por cima do Porto, que passou largos períodos em cima da sua área, onde aglomerou todos os seus jogadores. Depois, nos minutos finais, quando o Bruno Lage apostou tudo, porque não tinha outra coisa a fazer, uma perda de bola resultou num lançamento, ainda no meio campo do Porto, que permitiria ao recem entrado Fernando correr sozinho até à baliza de Svilar e fechar o resultado num mentiroso 1-3.

Mentiroso pelo jogo jogado e mentiroso porque a arbitragem lhe roubou a verdade. Carlos Xistra é já um clássico. E o VAR, que se estreou nesta competição com muito ar da sua graça fez o resto: tentou levar Carlos Xistra a anular o primeiro o golo do Benfica, vendo o que se não via, e não o contrariou na anulação do segundo, sem ter visto qualquer razão para o fora de jogo (porque ningué vê), nem conseguiu ver as faltas (no primeiro, falta clara de Oliver sobre Gabriel e, no segundo, de Marega sobre Grimaldo) que precederam os dois golos do Porto. 

Foi pena que alguns benfiquistas tenham abandonado a Pedreira antes do fim do jogo, porque os jogadores mereciam os aplausos de todos, e não apenas dos que ficaram. Porque este jogo não deixou razão nenhuma para abalar o trajecto que está a ser feito. Este resultado, e as suas circunstâncias, não podem pôr nada em causa! 

 

16
Dez18

Há sempre quem não veja

Eduardo Louro

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O Porto soma e segue... Desta vez não houve o crónico perdão do penalti, houve oferta de um golo. O da 13ª vitória consecutiva, a caminho do recorde.

Mas alguma coisa mudou. Até aqui o árbitro não via, não ouvia, nem queria saber. E o VAR também não. Desta feita o VAR viu. Viu que no golo do 1-2, sem o qual não haveria 13ª vitória consecutiva, nem mais 3 pontos mentirosos, houve falta do Soares. Mas o resultado foi o mesmo, e isso é que interessa. Viu o VAR mas não viu o árbitro... 

 

 

07
Out18

Reconquista - agora sim, faz todo o sentido!

Eduardo Louro

 

Com esta alma e com este coração, reconquista é muito mais que um mero slogan motivacional. É um estado de alma, uma crença inquebrável. É a chama imensa que nos guia!

Comecei pelo fim, por onde podia terminar, mas é isto, este sentimento, o que mais se tira deste clássico, com a Catedral esgotada, ao rubro. 

Pela intensidade, pelas incidências, e até, aqui e ali pelo bom futebol, este foi um jogo que não defraudou as expectativas de um grande clássico. No entanto começou morno, e mais morno ainda pela parte do Benfica. Que nos primeiros dez minutos não se conseguiu superiorizar ao Porto, permitindo-lhe adquirir alguma confiança. Depois sim, aos poucos o Benfica foi-se superiorizando, mas sem daí tirar grandes dividendos.

Foi assim a primeira parte, com um bocadinho mais de Benfica. Mas a nota mais saliente deste período foi a epidemia de impunidade que tomou conta da equipa do Porto. Depois dos clássicos Felipe e Maxi Pereira, chegou a vez de Octávio. Fez tudo, sempre com impunidade absoluta. De tal forma que, quando no início da segunda parte viu finalmente o cartão amarelo, o Sérgio Conceição teve de o tirar do jogo.

O árbitro - desta vez, finalmente, não veio do Porto, mas o penichense Fábio Veríssimo não fez diferente - foi lesto a mostrar o amarelo a Grimaldo, na primeira oportunidade fez o mesmo a Lema, mas nunca usou do mesmo critério com os jogadores do Porto. Limitou-se a Casillas, que desde muito cedo mostrou que, para além de defender a sua baliza, como lhe competia, estava ali para queimar todo o tempo que o árbitro lhe permitisse. Teve, por isso, muita influência no jogo, mais ainda quando expulsou o central Lema (grande estreia, a mostrar que é bem melhor que o seu compatriota que tem sido a opção de Rui Vitória, e que nem falta cometeu) e quando, pouco depois, nem sequer assinalou falta numa entrada do Herrera, de sola, sobre o Rafa. Só porque - e não ser outra a conclusão - se o fizesse, teria de lhe mostrar o amarelo, que seria o segundo. Nunca usou de critério igual, fosse na punição técnica das faltas fosse na desciplinar. Nos últimos minutos do jogo sucederam-se as faltas atacantes na grande área do Benfica, sem que uma sequer fosse assinalada.

Nenhuma novidade, portanto, quando, no fim, Sérgio Conceição elogiou o trabalho do árbitro. Nenhuma novidade também na omissão do VAR. Tão comum como a expulsão de centrais do Benfica - três, em três jogos consecutivos - é os lances que prejudicam o Benfica estarem fora do protocolo do VAR. Aí está: o Lema foi expulso, mas ... por amarelo.

Arbitragem à parte, na segunda parte o jogo tornou-se mais vivo, mais intenso e bem melhor. Muito por acção do Benfica, que melhorou bastante e partiu à procura do golo e que, mesmo sem ter conseguido muitas oportunidades para isso, fez o suficiente para lá chegar. Por Seferovic, que desta vez não falhou. Aos 62 minutos o Estádio da Luz veio abaixo!

Ao contrário do que se poderia esperar, o Benfica não tirou o pé de cima do jogo. O segredo foi continuar a disputar cada lance como têm de ser discutidos, nunca ficando nada a dever àquilo que, nesse aspecto, são dados como atributos do Porto. Com o mesmo querer, e com o mesmo crer, os jogadores do Benfica foram, depois, sempre melhores.

Quando, com menos um, nos últimos 12 minutos, foi preciso, o Benfica uniu-se à volta de Rúben Dias, um grande campeão, e o grande capitão. A partir de hoje a braçadeira tem dono, entreguem-na quando quiserem. É ele o sucessor de Luisão!

E pronto, o Rui Vitória matou o borrego. Já não tem razão para acreditar em bruxas, e tem agora tudo para partir de peito feito para a reconquista!

23
Set18

Mentirosos

Eduardo Louro

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Resultados mentirosos sempre houve, no futebol. Mas este de hoje, em Setúbal, é daqueles que mentem com os dentes todos.

E que também se explica por, de um lado, ter estado um guarda-redes que defendeu tudo e, do outro, um que não defendeu nada. Mas também por (mais) uma arbitragem das antigas, daquelas que não enganam.

Quem não viu, poderá não acreditar. Mas o Porto rematou à baliza duas vezes, e fez dois golos. Na segunda parte, a ganhar por 1-0, estacionou o autocarro à frente de Casillas, que passou o jogo todo a queimar tempo (e só levou amarelo aos 83 minutos) e não teve outro futebol que não fosse pontapé para a frente. Quando defendia o 1-0 com unhas, dentes, e muito anti-jogo, o guarda-redes do Vitória conseguiu deixar entrar na baliza uma bola  rematada de um livre a 40 metros da baliza. 

E quem ouviu o Sérgio Conceição, também não. A culpa foi do relvado e, a arbitragem, que ainda a primeira parte não ia a meio não expulsou o impune Felipe (pontapé por trás no Heriberto, isolado, a entrar na área, direitinho à baliza e com a bola controlada) e, entre outras pequenas coisas, anulou ao Vitória o golo que seria do empate, foi excelente.  

Nem sei quem foi mais mentiroso: se o resultado, se o treinador do Porto.

20
Ago18

VIVA O MAR

Eduardo Louro

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A segunda jornada da Liga de futebol manteve as suas pecularidades, e desta vez criou o paradigma do último minuto. No último minuto do jogo de Alvalade, nem o árbitro nem o VAR viram o que todos vimos: um penalti a favor do Vitória de Setúbal, que daria de novo, e por fim, o empate. No útimo minuto do jogo do Jamor, o VAR e o árbitro viram o que mais ninguém viu: um penalti a favor do Porto, que lhe deu os três pontos.

Percebem-se as preocupações com a convalescença do Sporting, e o desígnio de o levar direitinho, bem amparado, sem o deixar cair e inteirinho até à Luz. Já quanto ao Porto, que mesmo sem estar doente está a jogar tanto como o Sporting, não é preocupação. É obcessão. Que também é doença...

E, neste Agosto quente, viva o MAR - Medical Assistence Results!

02
Dez17

Um clássico com várias caras

Eduardo Louro

 

O Benfica entrou no clássico, no Dragão, personalizado, tranquílo e confiante. De tal forma que os primeiros cinco minutos foram praticamente jogados na grande área portista. Veio de resto daí a única oportunidade de golo da primeira parte, num remate de cabeça de Jonas, desviado atabalhoadamente pelo guarda-redes do Porto.

O Porto lançou mão do seu plano B, também conhecido por plano Champions, recolhendo-se lá atrás, para depois sair em contra-ataque, lançando os seus dois panzers - Marega e Aboubakar. Quando se vê o Sérgio Oliveira na equipa percebe-se logo que é esse o programa. A primeira meia hora foi assim, com o Benfica a dominar o jogo e o Porto a tentar sair, mas sem sucesso.

Nos últimos dez minutos o Porto passou a disputar o jogo no campo todo, e ganhou algum ascendente com isso, mesmo que não tivesse tirado daí grande coisa. O melhor que teve foi um remate de Herrera, muito bem defendido pelo Varela, mas já depois do lance estar invalidado, por um fora de jogo anterior.

Na segunda parte a história do jogo é outra. O Benfica até voltou a entrar melhor, mas foi sol de pouca dura. O Porto consolidou a alteração do plano de jogo - curiosamente é a substituição do Sérgio Oliveira pelo Octávio que dá expressão a essa alteração - e passou a disputar a bola sempre com grande pressão e intensidade. Foi meia hora de claro domínio portista, com o Benfica a ceder fisicamente e a perder quase todos os duelos.

As substituições de Pizzi, por Samaris, e de Cervi - também poderia ter sido Salvio - por Zivkovic foram eficazes, vieram foi tarde de mais. À entrada do último quarto de hora parecia que o Benfica tinha virado o jogo. Houve ali um período, logo a seguir à entrada de Zivkovic, em que voltou a ter bola, a dividir o jogo e a incomodar a defesa portista. Só que pouco depois, a 10 minutos dos 90, o árbitro Jorge de Sousa expulsou o sérvio, cinco minutos depois de ter entrado, e acabou com a reacção do Benfica. 

A expulsão, com dois amarelos em dois ou três minutos - o primeiro por se colocar à frente da bola na cobrança de um livre, e o segundo por agarrar um adversário, o quesilento Octávio -, pode até aceitar-se, o que não se aceita é a dualidade de critérios. Felipe, o central do Porto que deve estar abrangido por um protocolo qualquer que o torna impune, aos 10 minutos já não deveria estar em campo. Primeiro, uma entrada violenta por trás sobre Jonas ... e nada. Logo a seguir agarrou o mesmo Jonas, que lhe fugia para o ataque. E nada, de novo!

Com 10 (mais 4 de compensação) minutos pela frente, e a jogar com dez, o Benfica foi encostado lá atrás. Foi então tempo de sofrer, e de ter alguma sorte nas duas perdidas flagrantes do Marega. É claro que um jogador de outra categoria não falharia aquelas duas bolas, mas não se pode ter tudo. Se tivesse a capacidade técnica para marcar aquelas bolas, com a força e a velocidade que tem, era um jogador de nível mundial. E toda a gente vê que não é.

Para além da dualidade de critérios em matéria disciplinar, a arbitragem de Jorge de Sousa teve outra falha: assinalou, mal, um fora de jogo ao Porto. Daí resultou uma grande defesa do Varela - que fantástica exibição! - já com o jogo parado. E depois dessa defesa, uma recarga que levou a bola para a baliza. O Porto fala em golo anulado. E em penaltis. Mas isso não é novidade, é o costume ... 

 

 

02
Abr17

O clássico da "fezada" no dia das mentiras

Eduardo Louro

 

Em dia das mentiras, e Dia de Clássico a mentira foi o resultado. Tudo o resto foi verdade!

Foi verdade que o Benfica foi melhor. Foi melhor quando foi melhor, quer dizer, o melhor do Benfica foi melhor que o melhor do Porto. E foi melhor durante muito mais tempo. Foi melhor porque teve muito mais domínio, e foi melhor em todas as variáveis que medem o jogo. E criou muito mais oportunidades de golo!

É esta verdade que faz a mentira do resultado. Só e apenas!

Foi verdade - é verdade - que o Porto festejou o empate como se fosse uma vitória que lhe desse o título. Mas a verdade é que não se percebe por quê. A única explicação é o alívio por não terem perdido o jogo!

Em matéria de festejos, nota máxima para Maxi Pereira. É verdade que, por respeito ao passado, há jogadores que não festejam os golos quando marcam aos seus antigos clubes. Maxi não é dado a esses sentimentos: festejou o golo que marcou, festejou os golos que Casillas negou, e festejou como ninguém o empate. E fez muito bem!

Os inusitados festejos do Porto, a terem explicação, trazem-nos à memória a época passada. O Benfica também estava a um ponto do Sporting, e à  partida para o jogo de Alvalade não havia benfiquista que não considerasse que o empate, nesse jogo, seria um bom resultado. Acreditavam no calendário, e o do Benfica era teoricamente bem mais fácil que o do Sporting. Que, recordo, teria de jogar no Dragão e em Braga. Provou-se que, tivesse o Benfica logrado o tal empate que era bom resultado, e não teria sido campeão. Porque, e faltavam então muito mais jogos que agora, nem um nem outro desperdiçaram um ponto que fosse.

Independentemente das verdades e das mentiras este jogo foi um bom espectáculo de futebol. Bem jogado, num estádio bonito e cheio que nem um ovo. O Porto mostrou algum medo, ao contrário do que vinha apregoando. Reforçou o meio campo, e como só podem jogar onze, jogou com um único ponta de lança, deixando o André Silva no banco. E quando entrou foi para Soares sair. Não admirou por isso que o Benfica tenha entrado dominador, e chegado bem cedo ao golo, na transformação de um penalti - indiscutível e indiscutido - assinalado logo aos cinco minutos.

O golo obrigou o Porto a alterar as ideias. E conseguiu reagir, equilibrando o jogo a partir do equlíbrio na disputa da bola, sempre com muito recurso à falta. O primeiro remate do Porto só chegou perto da meia hora, e o Benfica nunca perdeu o controlo do jogo.

Não deu para perceber se o Porto entrou melhor na segunda parte. Pela simples razão que o Benfica entrou desastradamente. Foram três minutos inacreditáveis, em que o Benfica não acertou um passe. Foram apenas três minutos, é certo. Mas foram o suficiente para sofrer o golo do empate. Um golo inacreditável, como inacreditáveis foram aqueles primeiros três minutos. Que o Benfica pagou bem caro!

Depois, de imediato, o Benfica voltou à mó de cima e partiu para uns restantes 42 minutos de muito bom nível. Com uma equipa a querer ganhar e a outra a não querer mais que não perder. Com uma equipa a somar oportunidades de golo e a outra a somar entradas duras para parar os adversários.

Os golos é que não voltaram. Porque Casillas repetiu a exibição do ano passado, porque Luisão - mais uma grande exibição do velho capitão - , Jonas, Pizzi e Mitroglou foram perdulários, e porque, quando não era nem uma coisa nem outra, lá esteve a pontinha de sorte. Que faz parte do jogo!

E no fim o Porto fez a festa.... Quando continua em segundo e já não depende de si próprio. Mas lá que há lá fezada, há!

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