Quase perfeito
Foi dia de abertura de Champions na Catedral. Que não feche tão cedo, é o que se deseja.
As coisas até nem começaram nada mal com duas preciosidades logo a abrir. Primeiro Gaitan, como que a avisar ao que vinha, e logo depois o puto Nelson. Só que depois percebeu-se que a equipa estava amarrada e que, ao contrário dos ponteiros do relógio que não paravam, tardava em soltar-se. Não acelerava o jogo nem lhe trazia intensidade. As oportunidades de golo não surgiam - daquelas flagrantes, apenas duas -, a equipa casaque começava a parecer confortável naquele jogo, e o próprio árbitro, naquilo que dependia dele, só atrapalhava, ignorando por exemplo um penalti sobre o Nelson Semedo.
A esperança começou a voltar-se para a segunda parte. Tinha que ser - só podia ser - melhor. Só que logo que chegou assustou. E a sério: aquele primeiro minuto foi deveras assustador.
Foi aterrador, mas foi só um minuto. Até porque pouco depois Gaitan, numa fabulosa jogada individual, inventou o golo que só ele podia inventar. Depois, já se sabe... Depois do primeiro golo solta-se o futebol de Vitória. E veio logo o segundo, então já numa fantástica jogada colectiva. E mais e mais oportunidades, muitas, até a equipa decidir repousar o jogo. E repousar no jogo.
Bem sei que vão dizer que era o Astana, muito bons nas bicilcetas mas fraquinhos de bola. Claro que é a equipa teoricamente mais fraca do grupo. Mas se ganhar é sempre bom, na Champions é ainda melhor. E ganhar com exibições fantásticas como a de Gaitan - mas também de Samaras - está perto da perfeição. Quase perfeito!