Um derbi pouco clássico
Mais que Dia de Clássico, hoje foi dia de derbi.
Não foi um grande jogo, o derbi desta noite. Foi um jogo fechadinho, apertadinho, que só abriu – partiu-se, na gíria do futebolês – nos últimos 10 minutos. Não admira que tenha sido nesse período que surgiram os dois golos que deixaram o jogo empatado, repetindo o resultado da primeira volta, na Luz.
Sendo um jogo apertadinho, de muitas marcações foi, ao contrário do que seria de esperar, um jogo com poucas faltas. Praticamente só com as do Benfica, as que aconteceram e as que, não tendo acontecido, foram assinaladas. As do Sporting nunca contaram…
O Sporting talvez tenha sido ligeiramente melhor, mas nada que por si só justificasse a vitória que esteve prestes a acontecer quando, a 3 minutos dos 90, o melhor jogador do Benfica neste derbi – Samaris – se lembrou de fazer um passe para trás que isolou o João Mário, que deu no golo que incendiou Alvalade. E foi ligeiramente melhor porque o Benfica, mais uma vez, chegou a um jogo importante e descaracterizou-se, não quis ser igual a si próprio. Não sei se são resquícios dos dois campeonatos – seguidinhos – perdidos, quando dava espectáculo pelos campos deste país, alguma lição que venha desses dois anos se, simplesmente, sem Gaitan e com Olá John desaparecido, de férias, como acontece em mas de 90% dos jogos em que é titular, Jesus acha que o melhor mesmo é fazer aos outros aquilo que geralmente lhe fazem a ele.
Foi um jogo muito equilibrado, com posse de bola repartida e apenas mais uns poucos remates para o lado do Sporting. Grande desequilíbrio só mesmo nos cantos (10 a 1) mas isso resulta de uma opção estratégica do Benfica. Da resposta que a equipa quis dar à miserável campanha da imprensa para destabilizar o guarda-redes Artur: cantos, muitos cantos para mostrar a essa gente a massa de que Artur é feito!
E serviu para o Sporting alcançar o notável e raro feito de uma época sem perder com o Benfica. Estava agendado um tira teimas para a próxima quarta-feira, na Luz, mas afinal é o Vitória de Setúbal que lá vai aparecer…